![]() |
Manaus – Para o presidente Lula, críticas a construção de hidrelétricas na Amazônia satisfazem interesses de países desenvolvidos, interessados em vender usinas nucleares a países pobres. “A energia nuclear, apesar de limpa, é cara e a tecnologia é importada dos países do ricos”, afirmou Lula. A melhor opção para os países sul-americanos seria então a energia produzida em hidrelétricas, que segundo o presidente brasileiro é limpa e barata.
A afirmação do presidente foi feita nesta quarta-feira em Manaus, durante a assinatura de uma série de acordos de cooperação e integração com o Peru. Um dos acordos permite ao país andino exportar o excedente de energia produzida por lá. O Brasil está interessado na construção de um complexo de usinas, que poderiam fornecer ao país 6 mil MW de energia. Entre as usinas em estudo está a de Inambari, com capacidade para 2mil MW, mas muito criticada pelos impactos ambientais e sociais, além da previsão de que inunde um trecho da recém-construída Rodovia Interoceânica.
A construção da usina foi defendida também pelo presidente peruano Alan Garcia. Segundo ele, a área de floresta inundada (20 mil hectares, segundo o presidente) poderia ser compensada pela recuperação de uma área já degradada. “Temos 10 milhões de hectares de floresta amazônica já devastada, poderíamos recuperar a mata em uma área contígua ou próxima da área alagada”, afirmou Garcia. Segundo o presidente, é preciso colocar a questão em proporções exatas entre os perigos e as imensas vantagens do empreendimento.
A extensão do gasoduto de Camisea foi outro empreendimento com participação brasileira defendido por Alan Garcia. Segundo ele, o uso do gás natural vai reduzir o consumo de lenha no sul do país e impedir que se siga destruindo a natureza. Para o presidente peruano, os projetos devem ser analisados de forma integrada e não apenas os impactos localizados dos empreendimentos. (Vandré Fonseca)
Leia também

Associação Rede Brasileira de Trilhas elege nova presidência
Nova diretoria-executiva para o biênio 2025-2027 terá como presidente Júlio Meyer, gestor de unidades de conservação estaduais do Pará →

Entidades criticam pessoas morando e caçando em parques e outras unidades de conservação
Manifesto reuniu mais de 100 assinaturas. Reservas naturais como os Parnas Guaricana e da Serra do Itajaí também serão alvos de acordos entre autarquias federais →

A conservação do tamanduá-mirim no Pantanal passa pela proteção ao tatu-canastra
Pesquisa inédita revela hipótese de que as tocas deixadas pelos tatus servem não apenas de abrigo, mas também de ponto de alimentação para os tamanduás →