O Seminário Panamazônico Acadêmico-Empresarial, que acontece de 20 a 22 de outubro em Manaus, no Amazonas, reúne empresários e professores de diferentes países amazônicos com o objetivo de discutir a integração panamazônica. A concordância geral durante o primeiro dia do evento é de que a educação é um fator preponderante neste processo. “Sem educação não há ciência e tecnologia, fatores essenciais para o desenvolvimento e a solução de problemas amazônicos, o que acarreta na falta de capacitação e de empoderamento dos amazônidas sobre suas próprias regiões”, afirma Belisário Arce, presidente da Associação Panamazônia, uma das entidades que organiza o seminário.
“Se soberania significa domínio do conhecimento, o Brasil tem apenas 30% da Amazônia, pois 70% da produção científica sobre a região não tem nenhum doutor brasileiro”, afirma Beatriz Ronchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A boa notícia, segundo ela, é de que de acordo com a última Avaliação Trienal da Capes (2007-2009), divulgada em setembro, a região Norte foi a que mais cresceu em programas de pós-graduação. “Estamos melhorando, mas ainda nao atingimos o ideal”, diz.
Para José Antonio Aquino, da Universidade Federal do Oeste do Pará, “é preciso resgatar e valorizar o conhecimento voltado à Amazônia”, e as dificuldades são muitas. “Falta mais articulação entre os campos do conhecimento, as instituições e os estados nacionais envolvidos”, afirma Marilene Corrêa, ex-reitora da Universidade Estadual do Amazonas.
De olho na integração panamazônica, Beatriz conta alguns dos planos do INPA. “Entre nossos maiores desafios estão o incentivo à criação de mais programas de pós-graduação lato e stricto sensu envolvendo instituições de vários países amazônicos”. (Karina Miotto)
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