Salada Verde

Pesca à baleia suspensa na Antártica

Pressão ambientalista intimida frotas baleeiras do Japão. Em meio à controvérsia, países latino-americanos formalizam protesto contra caça ao cetáceo.

Redação ((o))eco ·
16 de fevereiro de 2011 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
O baleeiro Nisshin Maru (ponto amarelo), localizado no Google Earth no dia 14 de fevereiro. Clique para ampliar
O baleeiro Nisshin Maru (ponto amarelo), localizado no Google Earth no dia 14 de fevereiro. Clique para ampliar

A Agência de pesca japonesa suspendeu temporiamente a caça de baleias na Antártica, que acontece sempre entre novembro e abril, segundo informações da Agência Efe. O motivo seria a pressão contrária à sua frota baleeira exercida pela organização ambientalista Sea Shepherd.

Nesta segunda-feira, 14, países membros da Comissão Internacional da Baleia – Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Peru e Uruguai – também haviam feito uma manifestação, através de um comunicado internacional, exigindo o fim da caça científica dos cetáceos realizada pelo Japão no Oceano Austral. No documento, colocam a captura anual de baleias como um impasse ao diálogo construtivo e a uma relação de confiança entre os países, visto que a ação sempre foi condenada pela comunidade internacional.

Leandra Gonçalves, responsável pela Campanha de Oceanos do Greenpeace, afirma que a organização está envolvida no monitoramento do comércio ilegal dos animais caçados desde o final de 2008. Na época, dois ativistas da unidade japonesa conseguiram se infiltrar na frota e denunciaram que houve venda ilegal. “Atualmente o escritório do Greenpeace no Japão tem realizado trabalho doméstico, conscientizando a população dos reais objetivos da caça às baleias na Antártica. Notamos que já houve uma diminuição da demanda pela carne desses animais, o que já vem desencorajando a atividade”, explica Leandra.

Este ano, a frota japonesa saiu mais tarde do que o habitual. A partida rumo ao Hemisfério Sul, que costuma ser em novembro, aconteceu em meados de dezembro. Leandra ressalta que “isso é um reflexo de que cerca de 70% da população japonesa já não apoia a caça às baleias. O consumo interno foi fraco e os estoques estão cheios de carne. Havia aproximadamente 5.700 toneladas guardadas em agosto de 2010, segundo o Greenpeace-Japão”.

De fato, o navio baleeiro Nisshin Maru, estava chegando mais tarde na Antártica e foi localizado próximo ao continente na segunda-feira, como mostra o mapa feito pelo ambientalista José Truda Palazzo Júnior com orientação da Paul Watson. Com a paralização da caça, as autoridades japonesas estudam como proteger o navio que deveria ficar até março na região. Ainda não há informações sobre um possível retorno antecipado da embarcação.(Flávia Moraes)

Saiba mais
Encontro debate liberação da caça à baleia

Leia também

Reportagens
26 de dezembro de 2024

2024 é o primeiro ano em que a temperatura média da Terra deve ultrapassar 1,5ºC

Acordo de Paris não está perdido, diz serviço climatológico europeu. Confira a galeria de imagens com os principais eventos extremos de 2024

Salada Verde
26 de dezembro de 2024

Obra milionária ameaça sítio arqueológico e o Parna da Chapada dos Guimarães, no MT

Pesquisadores, moradores e empresários descrevem em documentário os prejuízos da intervenção no Portão do Inferno

Análises
23 de dezembro de 2024

Soluções baseadas em nossa natureza

Não adianta fazer yoga e não se importar com o mundo que está queimando

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.