Notícias

Incra promete reduzir desmatamento em assentamentos

Autarquia quer deixar para traz o título de maior desmatador da Amazônia. Acordo firmado com o Ministério Público foi assinado hoje.

Redação ((o))eco ·
8 de agosto de 2013 · 11 anos atrás
Autoridades assinam o acordo na tarde desta quinta-feira. Foto: Leonardo Prado, Secom/PGR
Autoridades assinam o acordo na tarde desta quinta-feira. Foto: Leonardo Prado, Secom/PGR

Tendo como contrapartida a anulação de 7 processos por danos ambientais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assinou acordo com o Ministério Público Federal (MPF) se comprometendo a reduzir em 80% os desmatamentos ocorridos em assentamentos para a Reforma Agrária até 2020, levando em conta os índices verificados em 2005. O termo foi assinado na tarde desta quinta-feira (08/08).

Pesquisa do Imazon em 2006 já havia identificado o tamanho expressivo do desmatamento em assentamentos. Em 2012, o Grupo de Trabalho da Amazônia Legal, que reúne procuradores da República de toda a região da Amazônia, pediu a atualização dos números, agora também com base nos dados do INPE: Os números confirmaram que o Incra é um dos maiores desmatadores.

Do total de 2.163 assentamentos na região amazônica, foram desmatados 133.644 km². O desmatamento anual pulou de 18% em 2004 para 31,1% em 2010. Em junho de 2012, o Ministério Público Federal propôs ações na Justiça Federal em seis Estados – Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.

As principais causas do desmatamento nos assentamentos é a ausência de licenciamento ambiental e de Cadastro Ambiental Rural, por isso o acordo firmado hoje prevê a adoção de medidas de adequação ao Código Florestal e de recuperação da área degradada. Leia o termo de compromisso na integra aqui.

“Além de reduzir o desmatamento, é importante ressaltar que o acordo também visa a fortalecer a reforma agrária no país. Um dos compromissos do Incra é justamente o de oferecer assistência técnica qualificada ao assentado para que ele produza melhor e tenha condição digna de vida, sem necessidade de efetuar exploração predatória”, afirmou o procurador da República Daniel Azeredo, coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Amazônia Legal.

Participaram da cerimônia de assinatura do termo de compromisso o coordenador da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, subprocurador-geral da República Mario Gisi; o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Veiga Rios; o presidente do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes; o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; e os procuradores da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, Daniel César Azeredo Avelino, Felipe Bogado, Guilherme Rocha Gopfert, Leonardo Andrade Macedo, Márcia Zollinger, Rafael da Silva Rocha, Raphael Luis Pereira Bevilaqua e Rodrigo Timoteo da Costa e Silva.

Leia também

Salada Verde
17 de maio de 2024

Avistar celebra os 50 anos da observação de aves no Brasil

17º Encontro Brasileiro de Observação de aves acontece este final de semana na capital paulista com rica programação para todos os públicos

Reportagens
17 de maio de 2024

Tragédia sulista é também ecológica

A enxurrada tragou imóveis, equipamentos e estradas em áreas protegidas e ampliou risco de animais e plantas serem extintos

Notícias
17 de maio de 2024

Bugios seguem morrendo devido à falta de medidas de proteção da CEEE Equatorial

Local onde animais vivem sofre com as enchentes, mas isso não afeta os primatas, que vivem nos topos das árvores. Alagamento adiará implementação de medidas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.