Uma disputa entre representantes dos produtores de camarão e órgãos ambientais no Rio Grande do Norte terminou na 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Eles defenderam na Justiça que a produção de camarão fosse definida como atividade agrossilvipastoril, o que eximiria a categoria da obrigação de recuperar por completo as áreas degradadas pela carcinicultura.
Uma atividade agrossilvipastoril utiliza espécies florestais, agrícolas e/ou criação de animais de forma simultânea em uma mesma área. Este não é o caso da criação de camarões em viveiros, mas ainda assim os representantes dos carcinicultores tentaram convencer a Justiça que sim. Caso vencessem a causa, os produtores não precisariam recuperar cerca de mil hectares de mangue, segundo cálculos do Ibama.
Uma decisão favorável aos produtores abriria brecha para mais ações em todo o país, com base nos artigos 61-A e 61-B da Lei 12.651/2012 (Código Florestal). Em comparação à legislação anterior, o Código reduziu a obrigação de recomposição para proprietários que desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas Áreas de Preservação Permanente até 22 de julho de 2008. Quanto menor for a propriedade rural, menor é o tamanho da área que deverá ser recomposta.
Os carcinicultores não poderão recorrer da decisão.
Saiba Mais
Íntregra da decisão – 4º Turma – Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Leia Também
“Atlas Mangues do Mundo” revela ecossistemas em risco
Aterrando mangues e destruindo o futuro
O que é uma Área de Preservação Permanente
Leia também
Congresso aprova marco da eólica offshore com incentivo ao carvão
Câmara ressuscitou “jabutis” da privatização da Eletrobras e assegurou a contratação, até 2050, de termelétricas movidas a gás e carvão. Governo estuda veto →
Paul Watson, ativista contra a caça de baleias, deixa prisão na Groenlândia
O canadense, fundador de ONGs como Greenpeace e Sea Shepherd, estava preso há 5 meses por acusações do Japão relacionadas a embate com navio baleeiro, em 2010 →
ESEC Murici, em AL, fica mais de 2 meses sem fiscal após afastamento de chefe da unidade
Analista foi afastado da fiscalização por ação que culminou na demolição de terreiro em parque na Bahia; ele alega não ter percebido uso religioso do local e não ter tido direito à defesa →