A presidência da autarquia responsável pela gestão das 334 unidades de conservação federais do país, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), deve ser anunciada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no dia 23 de janeiro. Até lá, Marina tem em sua mesa uma escolha difícil, pois nomes fortes disputam a preferência.
Ela precisa decidir entre uma indicação política, como do ex-deputado federal Alessandro Molon (PSB), ou atender ao pedido dos servidores da autarquia, que defendem que a política das áreas protegidas seja comandada por um técnico, o servidor e analista ambiental, Cleberson Zavaski.
Alessandro Molon é advogado, professor e foi deputado estadual e federal entre 2008 a 2023. Sua atuação é marcada pela defesa do meio ambiente e por sua liderança na Frente Parlamentar Ambiental do Congresso Nacional. Molon foi uma voz importante pelas pautas ambientais durante toda gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), tendo destaque contra a votação do chamado Pacote do Veneno e o desmonte do Licenciamento Ambiental.
Além da proximidade com Marina Silva, pesa a favor de Molon uma dívida do Partido dos Trabalhadores com o então deputado, que foi líder da oposição contra Bolsonaro. Molon concorreu ao Senado Federal pelo PSB nas eleições de 2022, sendo derrotado por Romário e ficando em segundo lugar, com 21,2% dos votos. Uma das questões que pesaram contra sua candidatura foi a falta de apoio do PT, que decidiu lançar um candidato próprio, André Ceciliano, que também perdeu para Romário.
Mas, segundo informações do site Metrópolis, apesar das ofertas da gestão Lula, Molon teria declinado o convite de Marina Silva para presidir o ICMBio.
Se a informação for confirmada, o nome mais cotado segue como do servidor Cleberson Zavaski, conhecido como Binho.
O analista ambiental possui graduação em engenharia agronômica pela Universidade Federal do Paraná (2002) e tem experiência na área de agronomia, com ênfase em aquicultura . Zavaski, primeira gestão de Lula (2003-2007), foi chefe de gabinete da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca.
Segundo fontes de ((o))eco o nome dele é o preferido entre os servidores da autarquia que teriam apresentado uma lista tríplice ao MMA.
Entre os desafios que o novo presidente da autarquia deve enfrentar esta o desmonte ambiental promovido pela falta de investimentos de Jair Bolsonaro na gestão ambiental, lidar com processos de concessão de importantes Parques Nacionais promovidos ainda sob a gestão de Ricardo Salles, como de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, e a demanda por um novo concurso público e a convocação dos que prestaram o ultimo concurso ainda válido.
O que faz o ICMBio?
Criado em 2007, quando Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente pela primeira vez, o ICMBio é uma autarquia responsável por gerir, proteger, monitorar e fiscalizar as 334 terras protegidas federais, que segundo a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação na Natureza (SNUC), são chamadas de Unidades de Conservação Federais.
A autarquia também têm como atribuições promover e fomentar a pesquisa e o monitoramento; políticas públicas das comunidades tradicionais que vivem no interior ou entorno das unidades de conservação; estruturar a visitação; incentivar a participação da sociedade por meio da educação ambiental e do voluntariado; prever os usos permitidos dos recursos naturais; prevenir e combater incêndios e fiscalizar e combater os crimes ambientais que ocorrem dentro das UCs.
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