O presidente Lula voltou a defender, nesta quarta-feira (12), a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, que inclui a foz do Amazonas, alvo de disputa interna no governo. A declaração foi feita na abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024, evento que teve como tema principal a transição ecológica e o crescimento sustentável.
“Nós [o Brasil], a hora que começamos a explorar a chamada Margem Equatorial, eu acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo. Mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, disse.
Considerado um possível “novo pré-sal”, a Margem Equatorial abrange uma área que vai da costa marítima do Rio Grande do Norte à do Amapá, se estendendo da foz do Rio Oiapoque ao litoral norte do Rio Grande do Norte. Ela abrange as bacias hidrográficas da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
“Nós temos um debate técnico que tem que ser feito. O problema é que no Brasil tudo é polemizado. Você tem petróleo em um lugar… a Guiana está explorando, Suriname está explorando, Trinidad e Tobago explora…Você vai deixar o seu sem explorar? Então, o que nós precisamos é garantir que a questão ambiental será levada 100% a sério. Então, isso nós vamos garantir e, por isso, vamos conversar muito sobre isso”, afirmou Lula.
No mesmo evento, a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, criticou a demora do Ibama em autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial. “A gente já perdeu 10 anos”, disse. O processo de licitação para explorar a região teve início em 2013.
Chambriard adiantou também que a Petrobras pretende se encontrar com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – órgão que assessora o presidente para a formulação de políticas energéticas –, com o objetivo de fazer uma apresentação a Lula sobre “a segurança e excelência da produção de petróleo da empresa”.
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