Por mais boa ação que possa ser resgatar uma animal, é preciso fazer isso da forma correta para garantir o seu bem-estar. Cada espécie exige ações e cuidados específicos. Com isso em mente, equipes de especialistas se juntaram para produzir um livro com as diretrizes para o resgate e atendimento de aves como o albatroz. A publicação “Reabilitação de Procellariiformes (albatrozes, petréis e pardelas)” é um esforço coletivo organizado pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM) junto com o Projeto Albatroz e o Projeto Aves Mar.
Albatrozes e petréis pertencem à ordem dos Procellariiformes, composta por aves marinhas que habitam o oceano aberto. O objetivo do livro é sistematizar o conhecimento e informar as melhores práticas no manuseio desses animais. A publicação já está disponível para download gratuito (clique aqui para baixar).
O livro foi produzido por dez autores e traz uma compilação da literatura científica e da experiência pessoal de diversos especialistas em aves marinhas, resultado de muitos anos de trabalho com os Procellariiformes. De acordo com a coordenadora de Medicina e Reabilitação do IPRAM, Renata Hurtado, uma das responsáveis pela edição do livro, a ideia é “tanto fomentar a pesquisa, através da padronização da coleta de dados e das amostras biológicas quanto prover informações específicas sobre manejo de Procellariiformes, contribuindo para um maior sucesso na reabilitação destas aves”.
A publicação nasceu de uma das ações descritas no Plano de Ação Nacional para Conservação de Albatrozes e Petréis sobre a reabilitação das aves, diante do crescente número de albatrozes e petréis resgatados no litoral brasileiro. Por serem espécies sensíveis, elas necessitam de atendimento especializado para sobreviver. “Melhorando os cuidados em cativeiro, esperamos que as taxas de sobrevivência e soltura seja maior, contribuindo para a conservação destas aves”, completa.
A coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, uma das autoras ressalta que o manejo correto desses animais é ainda mais crucial por serem espécies ameaçadas de extinção. “Considerando que essas são espécies ameaçadas e muito sensíveis, realizar um manejo adequado nessas circunstâncias faz toda a diferença para a sua sobrevivência”, reforça.
Segundo ela, é fundamental existir uma publicação que oriente profissionais, tanto no atendimento às aves Procellariiformes encontradas nas praias, quantos àquelas que são capturadas incidentalmente por embarcações pesqueiras e, que chegam a bordo ainda com vida.
O livro contou ainda com a colaboração do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), Associação R3 Animal, Fundación Mundo Marino, UC Davis School of Veterinary Medicine, Aquário de São Paulo e apoio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA). O Projeto Albatroz é patrocinado pela Petrobras.
Baixe e leia o livro aqui.
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