Pesquisa realizada por cientistas do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal do Pará (UFPA) estima que, em 36 anos, o leste amazônico perdeu R$10 bilhões em serviços ecossistêmicos devido ao aumento da área destinada à agricultura. Os resultados do trabalho foram publicados esta semana na revista científica “Ambiente e Sociedade”.
O grupo quantificou as perdas econômicas geradas pelo desmatamento de 1985 a 2021, na bacia do Gurupi, entre os estados do Pará e do Maranhão. Para realizar a análise, foram identificados 15 tipos de serviços ecossistêmicos, com 210 diferentes valores.
Segundo o trabalho, nas últimas três décadas a área agrícola na bacia do Gurupi aumentou 92%, com perda florestal de 25%. O principal vetor desta mudança foi a soja.
“Todo esse plantio enfraquece as funções dos ecossistemas naturais, como a regulação do clima, a qualidade da água e a polinização, que são serviços importantes prestados pela floresta. Se a área de floresta é reduzida, esses serviços também se reduzem”, explica Ima Vieira, coautora do estudo e pesquisadora do Goeldi,
A ideia do trabalho é chamar a atenção não só para a perda de serviços ecossistêmicos, mas também para a necessidade de consolidação da política nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que, no caso estudado, beneficiaria especialmente comunidades quilombolas da região.
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