Salada Verde

Greenpeace protocola ação no STF contra Ricardo Salles 

Ministro do Meio Ambiente insinuou que a Organização Não-Governamental era responsável pelo derramamento de petróleo no litoral do Nordeste

Daniele Bragança ·
31 de outubro de 2019 · 5 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Protesto do Greenpeace em frente ao Palácio do Planalto. Grupo simulou derramamento de óleo. Foto: Adriano Machado/Greenpeace.

O Greenpeace cumpriu a promessa e protocolou na tarde de quarta-feira (30) uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Salles insinuou em sua conta no Twitter que a ONG está por trás do derramamento de óleo que atinge a costa do Nordeste desde o dia 30 de agosto.

A organização entrou com uma queixa-crime contra o ministro por difamação.

Em nota, o Greenpeace lista três ocasiões públicas onde o ministro teria praticado o crime de difamação: “Ao expressar que os ativistas do Greenpeace são “ecoterroristas” e depredadores do patrimônio público; Ao aplicar o adjetivo “terroristas” para novamente se referir a integrantes da organização, ao compartilhar notícia sobre entrevista concedida ao CB.Poder; e insinuar que o navio de trabalho do Greenpeace seria responsável pelo derramamento de óleo no litoral, atribuindo à organização a alcunha”.

Na quinta-feira da semana passada, Ricardo Salles acusou o navio do Greenpeace de estar navegando em águas internacionais no litoral nordestino na mesma época que ocorreu o primeiro registro de óleo na praia, no final de agosto. Era mentira. O navio Esperanza se encontrava no litoral da Guiana Francesa entre agosto e setembro.

Após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, compartilhar uma matéria sobre a acusação e pedir um posicionamento oficial do ministro, Salles se mudou o foco da acusação para negligência da ONG, que não “prontificou ajuda”.

Para a organização, o governo deveria priorizar no auxílio e soluções no cenário de emergência social e ambiental, focando no atendimento da população afetada e na recuperação dos danos ambientais.

“Ministros de Estado devem apresentar postura pública à altura do cargo que ocupam. Acusações levianas e irresponsáveis, vindas de tais autoridades, constituem fato grave e não podem ser normalizadas. O processo que ora iniciamos contra o Sr. Ministro é também uma forma de repúdio por tais comportamentos”, diz o Greenpeace, em nota.

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 1

  1. Paulo diz:

    Normal, em um estado democrático de direito.

    Segue o jogo.