O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública, na última sexta-feira (26), para “ouvir a sociedade sobre o papel do petróleo e gás natural” na transição energética, como descreve a pasta. A consulta tem duração de 15 dias, aceitando contribuições por meio de formulário até o próximo dia 11.
A consulta foi aberta dois dias depois do Ministério realizar o seminário “Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: Caminhos para o setor de O&G viabilizar a nova economia verde”, em que entidades públicas e privadas ligadas à exploração do petróleo discutiram o tema em Brasília. Do seminário, foi utilizada como material de apoio à consulta pública uma apresentação realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao MME, que, segundo análise do Climainfo, “pinta um cenário falacioso caso o Brasil pare de explorar combustíveis fósseis, bem como um vídeo que nada mais é do que uma propaganda pró-petróleo e gás fóssil”.
O prazo para as contribuições também foi alvo de críticas de ambientalistas. Em análise disponibilizada no canal de Whatsapp da plataforma Política por Inteiro, produzida pelo Instituto Talanoa, a curta janela é classificada como “surreal”. “Como um tema tão estrutural, complexo e decisivo para a descarbonização nacional pode ser tratado dessa maneira?”, questiona o texto. “Para completar, a Consulta ainda é aberta numa sexta-feira, para que seu prazo comece a contar a partir do final de semana, reduzindo ainda mais o prazo em dias úteis”, critica a organização.
O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, exaltou a importância da consulta. “A participação da sociedade nesse processo é muito importante e o evento que nós realizamos nesta semana [o seminário] introduz o assunto de maneira muito transparente. Devemos ter clareza sobre o quanto a exploração, produção, refino e consumo representam das nossas emissões totais e fazer um esforço conjunto para reduzirmos todo esse CO2 que vai para a atmosfera”, afirmou, citando a necessidade de esforços “de todos os setores”, mencionando especificamente a agropecuária, para a redução de emissões.
Leia também

Two Brazilian monkeys among the world’s most endangered
The newly published list of the 25 most endangered primates in the world raises alarms about the critically threatened status of the Pied Tamarin and the Caatinga Titi Monkey from Brazil →

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta
Ministra do Meio Ambiente Marina Silva deixa sessão da Comissão de Infraestrutura após discussão ríspida com parlamentares →

Ajustes em trilha podem melhorar sua função de corredor ecológico no Cerrado
Desenho estratégico de 'rodovias verdes' colabora ainda mais para conservar espécies animais e de plantas, mostra estudo →