Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas

Em discurso na abertura da 3ª Conferência da ONU sobre os Oceanos, o presidente Lula defendeu uma ação global urgente para proteger os oceanos e enfrentar as mudanças climáticas. Sem citar Trump, ele também mencionou os perigos do “unilateralismo”.

“É impossível falar de desenvolvimento sustentável sem incluir o oceano. Sem protegê-lo, não há como combater a mudança do clima. Três bilhões de pessoas dependem diretamente de recursos marinhos para sua sobrevivência. O oceano é o maior regulador climático do planeta, em função de toda a cadeia de vida que ele abriga”, disse o presidente.

Mais adiante em seu discurso, o presidente brasileiro citou os avanços e sucessos do regime internacional de governança do espaço marítimo e falou que hoje, “paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo”.

“Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é uma tarefa urgente para a construção da paz. Canais, golfos e estreitos devem nos aproximar e não ser motivo de discórdia. Coibir uma corrida predatória por minérios requer apoio à firme atuação da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, dirigida hoje pela cientista brasileira Letícia de Carvalho”, defendeu o presidente, em uma citação indireta aos anseios do presidente norte-americano de interferir no Golfo do México e de explorar minérios em águas profundas.

Lula anunciou que o Brasil ratificará ainda este ano o Tratado do Alto Mar e apresentou sete compromissos voluntários, incluindo a ampliação de áreas marinhas protegidas de 26% para 30% até 2030, além da criação de estratégias contra a poluição plástica, preservação de manguezais e recifes, e promoção da pesca sustentável. 

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