Está marcada para amanhã (16), às 10h, em Brasília, a próxima reunião da mesa de negociação entre servidores ambientais federais e o Ministério da Gestão. Após a última proposta do governo, apresentada no dia 1º deste mês, ter sido considerada “muito aquém”, o presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (ASCEMA Nacional), Cleberson Zavaski, disse a ((o))eco que “as reivindicações continuam, os servidores vão deixar isso muito claro na mesa de negociação”. Será a terceira reunião entre governo e servidores ambientais, com a primeira tendo acontecido ainda em outubro.
Atualmente, os servidores da categoria, espalhados entre Ibama, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e Ministério do Meio Ambiente, estão em estado de mobilização, realizando trabalho burocrático e deixando de lado ações externas, como fiscalizações em unidades de conservação e vistorias para concessão de licenças. A maior reivindicação é por uma reestruturação da carreira, com equiparação aos salários da Agência Nacional de Águas (ANA), passando do atual valor inicial de R$ 8.817,72 para R$ 15.058,12. “Na contraproposta apresentada [pelo governo] não foi, de fato, levada em consideração a reivindicação central dos servidores pela valorização, pela reestruturação de carreira”, criticou Zavaski.
Segundo o dirigente sindical, a categoria seguirá firme em suas posições para a próxima reunião, e que a categoria espera que o governo “possa ter sensibilidade diante das reivindicações, sabendo que a contraproposta apresentada está muito aquém do que foi reivindicado [em outubro]”. “O que a gente vai levar lá é uma posição de todas as assembleias realizadas até agora, em todos os estados, que refutam a contraproposta que o governo fez. [Os servidores] não aceitam recuar nas reivindicações”, frisou. Para Zavaski, “dificilmente” a reunião de amanhã terminará em acordo, mas a categoria espera que haja “perspectiva” para um acordo futuro”.
Para Zavaski, “a contraproposta não apresentou, realmente, nada que pudesse avançar numa negociação mais detalhada. Então a gente espera que tenham, sim, a sensibilidade de realmente analisar a proposta inicialmente apresentada em outubro e pontuar o que é possível e o que não é”, reforçou. “Vamos ratificar o que é central para nós, diante da contraproposta do governo, na nossa avaliação, ponto a ponto, e reforçar que nós queremos sim a negociação, mas esperamos que o governo apresente, de fato, uma proposta coerente, condizente, inclusive com o discurso político feito pelo presidente Lula, pela ministra Marina Silva, e todos aqueles que estão representando o Brasil aqui no país e mundo afora também, nos eventos internacionais, nas agendas internacionais, onde a pauta ambiental é tida como uma das centrais no discurso do governo”, resumiu.
Assim como no início do mês, uma manifestação de servidores em prol da reestruturação da carreira está marcada para logo antes da negociação com o governo. O ato iniciará sua concentração às 9h, em frente ao prédio do Ministério do Meio Ambiente, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
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