O sindicato dos servidores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (SindCT) publicou nesta segunda-feira (6) uma nota de repúdio contra o que eles chamaram de “mais um ataque do governo Bolsonaro” ao órgão.
O sindicato faz referência a uma resolução do Governo Federal publicada na última quinta-feira (2) que cria uma “Câmara Consultiva Temática” para “qualificar os dados de desmatamento e incêndios a fim de diferenciar crimes ambientais de outras atividades, utilizando bases de dados oficiais já existentes”. A notícia foi publicada pelo Estadão.
Apesar de, desde a década de 1980, o monitoramento e qualificação de dados do desmatamento e queimadas ser feito pelo INPE, o órgão não foi incluído na formação da Câmara, nem tampouco um representante da pasta ao qual é vinculado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Segundo a resolução, apenas membros dos Ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Economia e Justiça farão parte do grupo.
“A comunidade científica nacional e no exterior se posiciona para denunciar mais este absurdo. Conclamamos todos os servidores do INPE e a sociedade para que se manifestem em repúdio à tentativa de retirar competências de quem, nos seus mais de 60 anos de existência, só mostrou competência”, diz a nota do sindicato.
Histórico de ataques
Desde o início do governo Bolsonaro, os dados do INPE têm sido questionados por membros do governo e pelo próprio presidente. As acusações – nunca comprovadas – de que os dados gerados pelo Instituto eram “mentirosos” e “imprecisos” levaram a uma crise entre o órgão e o governo Federal, que culminou na exoneração do então diretor, Ricardo Galvão, e em uma reformulação interna do órgão.
O vice-presidente, por sua vez, já “verificou” pessoalmente que não existem queimadas na Amazônia e que os focos detectados podem ser pedras quentes.
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