Os bois Caprichoso e Garantido se uniram para defender a floresta amazônica no ano em que o Festival de Parintins completa 58 anos. Em parceria com o movimento Amazônia de Pé, as torcidas dos bois estão coletando assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) Amazônia de Pé, que prevê a destinação de 57 milhões de hectares Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs) no bioma para a proteção de povos indígenas, quilombolas e unidades de conservação. Nessa união também há a disputa: qual dos bois levanta mais assinaturas para proteger a floresta?
A torcida que conquistar mais assinaturas ganhará um prêmio de 40 mil reais e os torcedores mais engajados também serão premiados com dois acessos VIP para o Festival de Parintins 2026 e 6 mil reais para apoiar a viagem. Qualquer torcedor dos bois pode entrar no desafio, mas a coleta de assinaturas precisa ser física.

Já são mais de 300 mil assinantes do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Amazônia de Pé. No entanto, precisam chegar a 1,5 milhão de assinaturas para que o projeto seja levado ao Congresso Nacional. A demora dos governos federal e estadual em destinar 50,2 milhões de hectares na Amazônia – uma área equivalente ao estado da Bahia – pode fazer o Brasil emitir 19,1 bilhões de toneladas de gás carbônico – o equivalente a 51% de toda a emissão global estimada para 2024.
Por ainda não terem destinação oficial, as FPNDs seguem desprotegidas e vulneráveis a crimes como desmatamento e garimpo, além das queimadas. O boletim de junho do Observatório das Florestas Públicas, análise de dados feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e pelo movimento Amazônia de Pé, revela que 36 milhões de hectares de FPND estão no estado do Amazonas, onde ocorre o festival. Cerca de 3,8 bilhões de toneladas de carbono estão estocadas nas FPNDs do estado. Em 2024, cerca de 850 mil hectares de florestas públicas não destinadas queimaram no Amazonas – o equivalente a quase 8 vezes a área da cidade de Manaus.
A disputa entre os bois já começou, antes mesmo de pisarem na arena do Bumbódromo. Eles correm atrás de assinaturas para manter a Amazônia de Pé.
Mais informações e como assinar podem ser acessadas no link.
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