
Um terço das geleiras do Himalaia poderá derreter até o ano de 2100, devido às emissões de CO2 e às mudanças climáticas, trazendo sérias consequências para quase dois bilhões de pessoas. Esse é o alerta do estudo The Hindu Kush Himalaya Assessment – Mountains, Climate Change, Sustainability and People — publicado na segunda-feira (04) pela revista científica Springer.
No relatório, os pesquisadores informam que mesmo que haja esforços radicais para reduzir as emissões de carbono e o aquecimento global em 1,5ºC, trinta e seis por cento das geleiras ao longo da cordilheira do Hindu Kush e do Himalaia (área conhecida como HKH) irão embora até 2100. Pior ficará se nada realmente for feito. No mesmo documento, os estudiosos alertam também que se as emissões não forem reduzidas, a perda aumentará para dois terços.
A região HKH vai do Afeganistão até Mianmar, no sul da Ásia, e é o terceiro pólo do planeta, abrigando mais gelo do que em qualquer lugar fora do Ártico e da Antártida. O HKH inclui também as duas montanhas mais altas do mundo, o Monte Everest e o Monte K2.
As geleiras exercem um papel fundamental para as 250 milhões de pessoas que vivem na região do Hindu Kush-Himalaya (HKH). Isso sem falar nas 1,65 bilhão de pessoas que dependem das águas das geleiras que deságuam em dez bacias hidrográficas, essenciais para a manutenção do consumo humano, de irrigação e energia de povos de parte do Afeganistão, Bangladesh, Butão, China, Índia, Mianmar, Nepal e Paquistão.
Segundo o estudo, entre os motivos para o derretimento das geleiras estão o aumento da poluição do ar e da temperatura. Os pesquisadores informam que caso as previsões do relatório se confirmem, as consequências para a região irão desde a diminuição do fornecimento de alimentos e água até o aumento de um deslocamento populacional em massa.
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The Hindu Kush Himalaya Assessment – Mountains, Climate Change, Sustainability and People
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