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Atropelamentos de antas e capivaras também matam humanos

Estudo feito no Mato Grosso do Sul estimou a perda de 250 antas. No mesmo tipo de acidente, também morreram pelo menos 18 passageiros de carros envolvidos.

Daniele Bragança ·
10 de novembro de 2016 · 8 anos atrás
A anta é um animal vulnerável à extinção. Foto: Leonardo Merçon /ANDA/Site de Linhares
A anta é um animal vulnerável à extinção. Foto: Leonardo Merçon /ANDA/Site de Linhares

Um estudo da pesquisadora Patrícia Medici, realizado desde 2013 em oito rodovias do Mato Grosso do Sul, contabilizou 165 carcaças de anta, um animal considerado vulnerável à extinção, e estima que o número pode chegar a 250 carcaças. Medici é coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, do IPÊ.

Em paralelo, através do levantamento de matérias na imprensa, os pesquisadores encontraram num período maior, de seis anos, 18 pessoas mortas e 20 feridas em acidentes que envolveram atropelamentos de antas e capivaras. “A anta é o maior mamífero terrestre da fauna brasileira e pode chegar a 300 kg”, diz Medici.

Neste estudo, ela e sua equipe monitoraram três rodovias federais (BR-267, BR-262 e BR-163) que cortam o Mato Grosso do Sul e cinco rodovias estaduais (MS-040, MS-080, MS-134, MS-145 e MS-395).

Deste grupo as campeãs foram a BR-267, com ênfase no trecho entre os municípios de Nova Alvorada e Nova Casa Verde, e a MS-040, que liga a capital Campo Grande ao município de Santa Rita do Pardo.

Os resultados da pesquisa foram apresentados em uma reunião promovida pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul para discutir especialmente os atropelamentos de animais na rodovia MS-040 e possíveis medidas de mitigação. A proposta do encontro foi do Promotor Alexandre Lima Raslan, que preside um inquérito sobre a MS-040.

Presente no encontro,  Fernanda Abra, especialista em ecologia de estradas e colaboradora da pesquisa de Medici no Mato Grosso do Sul, afirmou que se houvesse uma ênfase em prevenção aumentariam tanto a segurança da fauna quanto a dos passageiros dos veículos envolvidos. “O atropelamento da fauna é um impacto visível e mensurável que deve ser mitigado e compensado com urgência. Para isso, existem profissionais capacitados, técnicas e equipamentos acessíveis”, disse .

Durante o debate, o promotor Raslan ressaltou que o estágio “mais adequado para essas questões é no âmbito do licenciamento ambiental”.

Problema nacional

No país inteiro, especialistas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas calcularam que morrem, todos os anos, cerca de 475 milhões de animais vertebrados nas estradas brasileiras. O número é 11 mil vezes maior do que as mortes humanas nas estradas, que é de 43 mil pessoas por ano.

Encontro discutiu atropelamento de fauna nas estradas do Mato Grosso do Sul. Foto: Divulgação.
Encontro discutiu atropelamento de fauna nas estradas do Mato Grosso do Sul. Foto: Divulgação.

 

 

*Com informações do MPE-MS

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 3

  1. paulo diz:

    A matança continua e levará a extinção, disputando com a matança/caça, QUEM exterminará mais rápido.

    Onde estão as campanhas contra a CAÇA, dos governos?
    Onde está a boa vontade para reverter esta matança nas ruas e rodovias do Brasil?


    1. Jefferson diz:

      Se não estão preocupados em resolver o problema dos atropelamentos, que são visíveis e em pontos mapeáveis, você acha mesmo que alguém vai atras de caça ilegal?


  2. paulo diz:

    Em Santa Catarina morre milhares de animais de nossa fauna. Milhares. Tapires ou antas conta-se nos dedos.

    E as ações da Fatma, para coibir esta matança!

    Aprovaram um rodovia de 20 km em Blumenau ultrapassando área de floresta secundária (com muitos bugios), com muitos "estudos" para ações para mitigar esta matança. Sugeriram buerinhos de drenagem, NADA mais.