Em discurso de saída, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu a própria gestão e declarou que um novo concurso sairá na semana que vem para preencher mil vagas no Ibama e no ICMBio. O anúncio descarta, por hora e apenas se for confirmado, a possibilidade que o governo tem trabalhado desde a posse – e Salles se planejou para executar esse ano – de extinguir o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da incorporação das atividades do órgão às atribuições do Ibama.
“Foi autorizado pelo presidente e pelo Ministério da Economia para que seja implementado já na próxima semana o concurso para abertura de cerca de mil vagas entre IBAMA e ICMBio”, discursou o ex-ministro, sem maiores detalhes.
Acabar com o ICMBio estava sendo planejado desde a posse. Em 2020, além de criar um grupo de trabalho para discutir “os ganhos e sinergias” com a fusão, Salles enviou para o Congresso uma proposta orçamentária que retirou 61% destinado à criação, gestão e implementação das unidades de conservação em relação à despesa orçamentária para esta ação em 2018. Até o dia 18 de maio, um dia antes da Polícia Federal bater em endereços de autoridades do Ministério do Meio Ambiente, 26 reuniões do grupo foram feitas, como levantou ((o))eco. Após a operação, que resultou no afastamento de 9 autoridades do Ministério do Meio Ambiente e autarquias vinculadas, essa agenda foi abandonada.
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