A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou na tarde desta terça-feira (23) sobre o relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) que esvaziou parte das atribuições do Ministério do Meio Ambiente. A ministra falou com jornalistas na saída do Palácio do Planalto, onde se reuniu com o presidente Lula, acompanhada do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. A pauta da reunião foi a negativa da autorização para a Petrobras perfurar um poço na Foz do Rio Amazonas, o que gerou uma crise política com a bancada do Amapá.
“Estamos todos trabalhando para manter as competências do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério dos Povos Indígenas. Qualquer tentativa de desmontar o sistema nacional de meio ambiente brasileiro é um desserviço à sociedade brasileira, ao Estado brasileiro e isso pode criar gravíssimos prejuízos aos interesses econômicos sociais e ambientais do nosso país”, declarou a ministra. “Com todo respeito ao Congresso Nacional e autonomia que tem, vamos para o debate e para o convencimento com os senhores parlamentares, de que isso não ajuda o Brasil, nem agricultura, nem o desenvolvimento em absolutamente nada”, afirmou.
Entre as mudanças apresentadas pelo relator nesta terça-feira estão a transferência da administração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Gestão; a transferência da Agência Nacional de Águas do MMA para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional; e a atribuição de reconhecimento e demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o Ministério da Justiça.
A MP da reforma administrativa seguirá para o Senado. O governo tem até quarta da semana que vem para concluir a votação da matéria.
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“Desserviço” fez a senhora, quando em 2007, aproveitando a braveza do “L” com os bagres do rio Madeira, rachou e enfraqueceu o Ibama e criou um órgão (via MP, autoritarismo total) com nome em auto-homenagem, afinal…se auto-intitula a herdeira política de Chico Mendes!
Vamos aguardar o que a ministra irá decidir: compra de apoio político ou defesa do Meio Ambiente.