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Evento debate prevenção e soluções para impactos da crise climática

Diálogos do Clima, realizado pelo FUNBIO em parceria com o MPF-AM, chega pela primeira vez à Manaus, onde discutem mitigação das mudanças climáticas

Karina Pinheiro ·
7 de junho de 2024

Construir soluções integradas e em conjunto para prevenir e mitigar os efeitos da crise climática, essa é a missão iniciada pelo Diálogos pelo Clima, que realizou seu primeiro encontro em Manaus no dia 16 de maio. O evento é uma parceria do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e faz parte de uma série de encontros, com o objetivo de  promover a interlocução entre profissionais e a sociedade civil para construção de ações integradas que contemplem os problemas sociais, ambientais e econômicos.

O evento reuniu cerca de 25 pessoas, entre procuradores federais que atuam em estados da Amazônia Legal, ambientalistas e pesquisadores. Os participantes discutiram sobre os danos gerados pelos eventos climáticos extremos e os desafios para garantir a segurança pública ambiental, como grupos criminosos, garimpo e desmatamento ilegais. 

De acordo com Andréia Mello, gerente de projetos do FUNBIO e líder da iniciativa, os eventos internacionais que serão realizados no Brasil, como G20 e COP30, devem ser vistos como uma oportunidade em meio ao cenário de tragédias climáticas vividas no país, como as enchentes no Rio Grande do Sul.

“Estão vindo discussões internacionais olhando para o Brasil e como é que a gente pode fazer a diferença? São espaços como esses, de segurança, de conversa, de troca de especialidades, para a gente em vez de tratar o problema, a catástrofe, trazer uma solução prévia, para prevenir, porque se a gente fizer diferente, não vai ter uma catástrofe. A gente tem esse poder e isso vincula com uma coisa muito importante: queremos ouvir novas vozes, queremos um novo futuro”, pontua Andréia para ((o))eco.

O procurador da República no Amazonas Rafael Rocha, enfatizou a importância dos debates entre organizações filantrópicas e os órgãos fiscalizadores, principalmente na região amazônica.

“A gente consegue enxergar melhor nossa atuação, não apenas sendo pontual, mas uma atuação macro. Então, quando a gente para e analisa o contexto nacional e o contexto mundial de mudanças climáticas, percebe que nós precisamos ter o alcance maior das nossas atuações. Esse evento se torna muito importante, porque com certeza saímos transformados”, disse o procurador em entrevista.

O membro titular da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador e professor no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, que estava presente durante o evento, destacou a falta de políticas sociais no planejamento da mitigação das mudanças climáticas e a importância de realizar ações preventivas. 

“A gente precisa dar vida longa para as ações que a gente toma, de maneira geral. Eu tenho a impressão que a gente toma várias ações de forma pontual e depois acontece de novo e vai de novo corrigir aquele mesmo problema. Temos uma ação reativa das coisas, mas eu acho que a melhor ação reativa é quando antecipamos os problemas, cabe a nós olhar para o problema, trazer para agora e agir antes que ele aconteça, porque depois que ele acontece é extremamente difícil. As mudanças climáticas são globais, mas os impactos são regionais”, disse Adalberto Val durante a reunião.

O Diálogos pelo Clima é uma iniciativa do Programa COPAÍBAS para promover a interlocução entre profissionais do sistema de Justiça brasileiro e representantes da sociedade civil que atuam em temas relacionados às mudanças climáticas e ao combate do desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Os temas são considerados centrais para as agendas do G20, que reúne as maiores economias do mundo e ocorrerá no Rio de Janeiro em novembro deste ano; e da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que terá como sede Belém (PA), no ano de 2025.

  • Karina Pinheiro

    Jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), possui interesse na área científica e ambiental, com experiência na área há mais de 2 anos.

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