Salada Verde

Ney Matogrosso, Frejat, Zahy Tentehar, Letrux e Mahmundi unem vozes pela proteção animal

A música “Defaunação” foi idealizada por uma organização não governamental para engajar pessoas na defesa da vida silvestre

Aldem Bourscheit ·
17 de julho de 2024
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

As taxas anuais de desmatamento sobem e descem, mas a vegetação nativa da Amazônia, Cerrado, Pantanal e dos demais biomas segue desaparecendo, sob a régua permissiva da lei e pelas inúmeras mãos do crime. Junto à derrocada de florestas e campos, a biodiversidade sucumbe.

Os alarmantes focos de incêndio e hectares perdidos podem resultar em outras grandes vítimas, animais silvestres que perdem a morada ou a vida, como a onça-pintada, a anta, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, o tatu-bola, o jacaré e as araras. 

Para chamar a atenção da sociedade ao tema e pedir ações urgentes das autoridades públicas brasileiras, a ONG Proteção Animal Mundial (WPA, sigla em inglês) idealizou a música “Defaunação”, termo que remete ao esvaziamento da fauna em ambientes naturais. 

A produção lançada hoje (17) tem letra de Carlos Rennó, composição de Péricles Cavalcanti, vozes e imagens de Ney Matogrosso, Zahy Tentehar, Frejat, Letrux e Mahmundi. Seus versos alertam para os riscos especialmente da agropecuária industrial,  que causa imenso sofrimento a animais silvestres e também de fazendas, como bovinos, aves e porcos, “criados como meras mercadorias, e não como seres vivos”, diz a WPA.

O cantor Ney Matogrosso conta que despertou para a necessária proteção dos animais quando era adolescente e acompanhou um grupo de caçadores na fazenda de seu avô. “Era algo considerado normal, caçar para comer”, diz. 

“Mas os homens atiraram num bando de macacos e vi as mães tentando proteger os filhotes. Balearam também um gavião e fui acudir o animal, que estava com tanta dor que cravou a garra na minha mão e não tive coragem de tirar. Naquele momento eu entendi tudo”, descreve Ney. 

A cantora Mahmundi estreia em projetos em prol da vida silvestre. “Tem muita gente envolvida nessa música linda, animais participando com os sons. Eu sou suspeita porque amo música e amo bicho, então quando recebi esse convite foi uma benção”, destaca.

Para a atriz e cantora Zahy Tentehar, a canção desperta o lado lúdico das pessoas. Por isso, ela gostaria de se tornar um animal silvestre. “Uma ave, para voar longe, pousar numa árvore, ficar cantando. Voar é um negócio bonito, poder olhar do alto, ter uma visão ampla de tudo”, revela.

Isso tudo pode ajudar a despertar a curiosidade do público, avalia a cantora Letrux. “Minha sugestão é curtir a música, prestar atenção no nome dos animais e pesquisar sobre eles para aprender sobre a importância da preservação das espécies”, sugere.

Ao mesmo tempo, o músico Frejat pondera que “a visão do Homem é egoísta e destrutiva”. “É importante lembrar que vivemos com milhares de outras espécies e que é necessário respeitar. Não estamos aqui sozinhos”, ressalta.

Saiba mais sobre a música e assine um manifesto pela proteção da biodiversidade aqui.

  • Aldem Bourscheit

    Jornalista brasilo-luxemburguês cobrindo há mais de duas décadas temas como Conservação da Natureza, Crimes contra a Vida Sel...

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Comentários 1

  1. ASAFE diz:

    1 – Se o Piauí, ainda detém 70% de sua cobertura Florestal. Porque não iniciamos um movimento contrário aos europeus e norte-americanos?
    II
    2 – Galera toda ação pulverizada (pontual) tem seu valor estanque. Mas, logo em seguida, se dilui como névoa.
    III – Querem fazer um movimento sério? Adotem o monitoramento sistemático na 365 anos X 24 horas, durante cinco anos e depois dabukem esses dados. E vejam quantas vidas foram poupadas!
    IV – Dar trabalho, mas funciona. Sabemos sobre o que estamos falando de um experimento que fizemos de setembro de 2008 a novembro de 2017. Inicia-se como método e transformamos em filosofia!