Notícias

Superando as previsões, desmatamento no Cerrado tem queda de 25,7%

Foram suprimidos 8.173 km² do bioma entre agosto de 2023 e julho de 2024, contra 11 mil km² destruídos no período anterior. Governo anuncia “Pacto pelo Cerrado”

Cristiane Prizibisczki ·
6 de novembro de 2024

O governo conseguiu reverter a curva de desmatamento no Cerrado e a conversão de áreas de vegetação nativa caiu 25,7% no bioma. Os números foram apresentados no início da noite desta quarta-feira (06), em Brasília, durante coletiva que reuniu o vice-presidente Geraldo Alckmin, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, governadores e secretários de Meio Ambiente, representantes do MMA e do INPE. 

É a primeira queda do desmatamento no bioma em cinco anos.

Segundo dados do INPE, a destruição do Cerrado está fortemente concentrada na região do Matopiba, acrônimo dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esses quatro estados concentraram 76% do desmatamento no bioma. Ainda de acordo com os números divulgados hoje, o Maranhão foi o que teve a maior área de vegetação nativa suprimida (2.487 km²), seguido pelo Tocantins (2.019 km²), Piauí (1.014 km²) e Bahia (723 km²). 

Por causa dessa concentração em 4 estados, desde abril o governo federal, junto com os governadores, iniciou ações que culminaram com a assinatura, nesta quarta-feira, do Pacto pelo Cerrado, que tem como objetivo reforçar a ação conjunta na prevenção e combate ao desmatamento e aos incêndios nos estados da região. 

“Nós começamos o que a gente está chamando aqui de ABC do Controle do Desmatamento Ilegal no Cerrado, uma série de medidas relacionadas ao embargo de áreas desmatadas ilegalmente, suspensão de cadastro ambiental para quem não tem autorização de supressão de vegetação. É um procedimento e um método que está sendo desenvolvido com os quatro estados do Matopiba e que tem se mostrado bastante eficaz”, explicou André Lima, Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA. 

A ministra Marina Silva atribui ao sucesso da queda do desmatamento no Cerrado aos órgãos ambientais, principalmente às ações de fiscalização do Ibama e do ICMBio, e às políticas de combate ao desmatamento ressuscitadas em 2023, após um período de apagão e desmonte feito durante o governo Bolsonaro. 

“(…) o dado que nós acabamos de ver aqui, de queda de desmatamento no Cerrado, que para muitos parecia impossível, é fruto desse trabalho integrado e que começa a ganhar fôlego cada vez mais, inclusive com a participação do setor privado”, discursou a ministra Marina Silva. “Política pública bem desenhada, instituições públicas bem estruturadas, uma postura republicana de deixar os técnicos trabalhar, de dialogar com a ciência, faz a diferença. Portanto, essa redução do desmatamento do Cerrado e na Amazônia é fruto de uma nova compreensão, de que nós estamos fazendo mais do que uma política de governo. Nós estamos fazendo uma política de país”, finalizou

  • Cristiane Prizibisczki

    Cristiane Prizibisczki é Alumni do Wolfson College – Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde participou do Press Fellow...

Leia também

Notícias
6 de março de 2024

Desmatamento no Cerrado vai chegar a 12 mil km² em 2024, caso ritmo se mantenha

Estimativa foi apresentada pelo governo nesta quarta-feira. Estados que compõem bioma possuem 50% de autorização de desmatamento ainda não executada

Notícias
28 de novembro de 2023

Desmatamento no Cerrado cresce 3% e chega a 11 mil km²

Área suprimida é equivalente a quase duas Brasílias. Números foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo INPE. Maranhão lidera ranking de estados que mais perderam Cerrado

Reportagens
11 de setembro de 2023

Estados e municípios passam a boiada no Cerrado e desafiam Ibama

Autorizações emitidas a rodo, reserva legal "móvel" e ausência de monitoramento legalizaram o que é irregular e compõem cenário de descontrole da derrubada

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.