Nove galinhas-d’angola morreram de gripe aviária no Bioparque do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento fluminense nesta quarta-feira (23). Medidas de controle e prevenção foram adotadas desde a última semana, e o parque segue com suas atividades suspensas desde quinta-feira (17).
O resultado da necropsia foi atestado a partir de exames conduzidos pelo Laboratório de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e Pecuária, em Campinas (SP). “Seguimos trabalhando com responsabilidade e em total alinhamento com os órgãos federais para proteger a saúde animal e humana”, destaca o secretário de Agricultura do RJ, Flávio Ferreira.
Funcionários que estiveram em contato com as aves infectadas são monitorados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) junto às secretarias municipais. A superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES, Silvia Carvalho, diz que aqueles expostos aos animais contaminados serão acompanhados pelas autoridades ao longo de dez dias. Ao todo, 15 pessoas seguem sob observação.
A Área da Savana do Bioparque, onde se encontravam os animais infectados, permanece fechada e em quarentena por 14 dias, e o acesso do público está proibido. Os demais espaços do parque, no entanto, estarão abertos ao público a partir de quinta-feira (24). Segundo a direção do parque, nenhum visitante teve contato com as aves que foram encontradas mortas.
Casos no Brasil até agora
A gripe aviária é causada pelo vírus influenza H5N1. O primeiro caso registrado no Brasil ocorreu em maio de 2023, quando o micro-organismo foi detectado em três exemplares de aves marinhas no litoral do Espírito Santo. Dois anos mais tarde, em maio de 2025, foram também documentados os primeiros casos de infecção em aves de uma granja comercial, localizada no município de Montenegro, na região metropolitana de Portto Alegre (RS). Em 3 de junho, um irerê e um emu que morreram no Zoológico de Brasília também foram examinados, e a presença do vírus, confirmada. O estabelecimento ficou fechado por mais de uma semana.
Em 18 de junho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) comunicou que o Brasil estava livre da influenza aviária, após cumprir protocolos internacionais previstos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em meio ao surto de casos na granja comercial gaúcha. Alguns países, como a China e o bloco da União Europeia, chegaram a suspender as importações de proteínas derivadas de frango oriundas do território brasileiro.
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio de Janeiro reforça que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos. Os casos em humanos são raros. Entretanto, a rápida detecção e contenção da doença são fundamentais para proteger a saúde animal, humana, e a economia do setor.
Leia também
Gripe aviária detectada em aves marinhas põe o Brasil em emergência sanitária
Animais foram sacrificados no Espírito Santo na tentativa de conter a disseminação da doença, que pode afetar humanos →
Vacina pode conter estragos da gripe aviária sobre a fauna selvagem global
O sucesso da medida reduziria o abate de animais para controle da doença. O Butantan desenvolve um imunizante nacional. →
Gripe aviária aterrissa em hub internacional de aves migrantes
Trinta e seis cisnes-de-pescoço-preto morreram na Estação Ecológica do Taim, no litoral sul gaúcho. ICMBio bloqueou a área protegida →





