![]() |
Ao contrário das previsões divulgadas anteriormente, José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), afirmou que o mundo precisará de menos alimentos do que se pensava em 2050. A novidade foi apresentada na semana passada por Graziano em discurso feito no seminário “Como alimentar o mundo”, realizado em Genebra para executivos do agronegócio.
Com novas informações disponíveis, a FAO refez a conta e concluiu que será necessário um aumento de 60% na produção agrícola – tanto na produção de alimentos para consumo humano quanto na produção destinada a biocombustíveis – para suprir as necessidades dos nove bilhões de pessoas que deverão habitar o planeta em 2050. Trata-se de uma revisão para baixo de 10 pontos percentuais. A previsão anterior, de 2009, estimava que a produção global deveria crescer 70% (usando como média a produção de 2005 e 2007).
A nova conta levou em consideração a boa notícia da redução do crescimento populacional. A população de grandes países, como China e Brasil, crescerá mais lentamente do que as projeções mais antigas apontavam. Em outros países, como diversos da Europa Ocidental e o Japão, a população deve cair. Outro fator são as metas mais modestas de uso de biocombustíveis na Europa, o que garante que uma parcela maior das terras e da produção agrícola sirvam à produção de comida.
Há um lado triste na projeção de queda da procura por alimentos: é a constatação de que muitos países continuarão tão pobres que, mesmo com taxas de natalidade altas, demandarão pouca comida.
Mesmo com a previsão mais modesta, aumentar a produção de alimentos em 60% em cerca de quatro décadas é um desafio. A FAO prevê que a pressão de compra fará com que os preços continuem a subir no futuro próximo. Para atingir os objetivos de 2050, espera-se que quase toda a expansão da produção (90%) decorra de ganhos de produtividade, e que o restante exija um aumento da área plantada.
Leia também
Oceano e clima: um diálogo indissociável
O oceano precisa permanecer na agenda do debate e decisões para o enfrentamento das mudanças climáticas. A COP30 representou um passo nesse sentido, muitos outros serão necessários →
A prosperidade regenerativa da Mata Atlântica
Agricultura sustentável, comida saudável e turismo de natureza são a nova a receita de prosperidade que as florestas e as grandes cidades precisam →
Ministros de Lula têm 60 dias para iniciar construção de roteiro para fim dos fósseis no país
Ao final do prazo, autoridades devem apresentar diretrizes para elaboração do Mapa do Caminho para a transição energética justa e planejada →





