Dez unidades de conservação sofrem atualmente com queimadas dentro de seus limites, sendo que seis delas enfrentam incêndios de médio porte, que exige esforço regional para combater as chamas. A informação foi divulgada na quarta-feira (29) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade através do boletim de ocorrência de incêndios. O Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins, é o mais atingido. Desde o início do ano, o fogo já queimou cerca de 113 mil hectares equivalentes a 22% da sua área total.
Do começo de agosto até ontem (30), foram registrados pelo MODIS a bordo dos satélites Aqua e Terra da NASA 74.972 focos de incêndio em todo o país. Em unidades de conservação, foram 2.759 focos de incêndio registrados desde o começo ano. Entre 01 de janeiro e 30 de agosto de 2012 houve um aumento de 84% de focos em relação ao mesmo período de 2011.
O campeão de queimadas é o estado do Maranhão, com 15.457 focos registrados, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado. No Tocantins, onde fica o Parque Nacional do Araguaia, há 7.458 focos.
O monitoramento é feito pelos satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Eles detectam os focos e as informações são enviadas ao ICMBio, que, por sua vez, conta com o sistema Alerta, pelo qual envia as informações às chefias das unidades afetadas e aos seus gerentes de fogo.
Armados de abafadores, bombas costais (aquelas “mochilas” usadas por brigadistas) e tendo à disposição carros-pipas, caminhões, helicópteros e aviões air tractor, que fazem lançamento de água, esses homens ficam baseados em 77 unidades de conservação do país.
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No momento, a situação mais grave está nas 4 unidades de conservação localizadas no Cerrado: todas estão com focos de incêndio de nível II, caracterizado como incêndio de média proporção. A saber: Parques Nacionais Nascentes do Rio Parnaíba, Chapada das Mesas, Araguaia e Serra da Canastra.
As 6 UCs com focos de incêndios estão localizadas no bioma Amazônico: Parque Nacional dos Campos Amazônicos, Florestas Nacionais de Carajás, de Bom Futuro, de Jamanxin, de Altamira e Parque Nacional de Mapinguari.
A divisão, em níveis, de focos de incêndio é feita pela complexidade e número de pessoas envolvidas no combate ao fogo. Pelo critério de dificuldade de combate, há 3 classificações para os incêndios: Nível I, II e III (veja explicação no quadro).
Quando se fala em queimadas, a palavra de ordem é união, que envolve os ministérios do Meio Ambiente, Defesa, Justiça, o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Força Nacional, a Funai e a Defesa Nacional.
“A área atingida por incêndios é estimada por sensoriamento remoto, através das imagens dos satélites Aqua e Terra que passam duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à tarde”, explica o coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlinck. “Isso permite o acompanhamento em tempo quase real dos incêndios. Nas imagens, identificamos as cicatrizes e as frentes de fogo para então quantificar a área. Os incêndios menores são medidos por equipes de brigadas e servidores das próprias unidades”, explicou ele a ((o))eco.
O Brasil conta com 5 mil servidores treinados para entrar em ação contra o fogo, dos quais 1.743 brigadistas contratados no ICMBio para atuar no combate a incêndios em reservas florestais e parques nacionais. Dentro do ICMBio, o controle de incêndios é feito por meio da Coordenação de Emergências Ambientais e da Divisão de Monitoramento e Informações Ambientais.
Em Brasília, fica o Centro Integrado MultiAgências de Coordenação Operacional (Ciman). Ele reúne a força-tarefa para tentar impedir que os incêndios atinjam grandes proporções. Seus membros trabalham em uma “sala de situação” onde diariamente monitoram, emitem avisos às bases estaduais do órgão Cimam e traçam planos e ações para combater as chamas.
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