As ONGs ambientalistas reunidas na 17a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 17), que ocorre deste segunda feira na cidade de Durban, África do Sul, deram hoje ao Brasil o prêmio simbôlico Fóssil do Dia.
Organizada pela Climate Action Network, que reúne 700 ONGs de todo o mundo, a honraria é distribuida durante os dias em que duram as negociações climáticas.
A razão para o Brasil ter recebido o prêmio é a recente tendência de membros do governo de Dilma Rousseff em tentar convencer os diplomatas internacionais de que a mudança no Código Florestal será um ótimo negócio para o país.
Leia a cobertura completa da COP 17
Tudo começou na terça, com coletiva de imprensa do chefe da delegação brasileira, embaixador André Corrêa do Lago, dizendo que não havia risco das mudanças na legislação causarem mais desmatamento. Leia as declarações aqui.
Mas o que decidiu mesmo o voto em favor do Brasil na hora de levar o Fóssil do Dia, foram as entrevistas do secretário de Mudanças Climáticas, Eduardo Assad, dadas nesta quinta, nas quais afirma que o país vai superar as metas de redução de gases de efeito estufa com o novo Código Florestal.
A lógica por trás da declaração de Assad é a de que a reforma na lei vai impulsionar a recuperação florestal no país. Mas não é isso o que pensa o Observatório do Clima e nem mesmo IPEA, órgão de pesquisa ligado ao governo. Ambos fizeram levantamentos mostrando que só a anistia de recuperação das áreas de preservação permanente anulam os esforços recentes do Brasil em reduzir as emissões por desmatamento.
Aqui o link para o estudo do Observatório do Clima
Aqui o link para o comunicado do IPEA
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