Considerada a primeira estrada a ligar o Brasil com o Oceano Pacífico, cortando a Amazônia peruana no meio, a estrada Interoceânica foi planejada no começo da década passada como um eixo de ligação entre os dois países para promover a integração regional. O projeto polêmico foi criticado por ambientalistas desde o início. Durante seu planejamento e construção, sobraram alertas sobre impactos graves previstos e problemas no licenciamento. As primeiras obras de abertura do caminho começaram em 2003, com as primeiras ligações atravessando a floresta. Em 2006, a rota estava traçada e, no ano seguinte, a parte brasileira já estava asfaltada e inaugurada. Em 2010, o Peru declarou oficialmente aberta a rodovia, abrindo, conforme anunciado, um dos principais caminhos para o desmatamento de uma área antes isolada.
Como é possível observar abaixo, em 10 anos, os pontos de desmatamento ao longo da via se multiplicaram. As imagens abaixo mostram áreas de desmatamento selecionadas pelo ((o))eco Data a partir da plataforma Infoamazonia. Em amarelo estão os pontos desmatados entre 2004 e 2012, em vermelho os que foram desmatados entre agosto de 2012 e maio de 2013.
Perto de Rio Branco, no Brasil, novo foco de desmatamento ganhou força
Em cinza, áreas desmatadas em um período anterior – clique para ver no mapa
Na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, desmatamento também cresceu
Na imagem, ponto de ligação entre Assis Brasil e Iñapari, no Peru – clique para ver no mapa
A estrada favoreceu a derrubada de novas áreas de mata, como esta vizinha à cidade peruana Mukden
A rota deu força para utilização de rios que a cruzam como acesso à áreas antes preservadas – clique para ver no mapa
Perto de Puerto Maldonado, uma das cidades mais afetadas pelo projeto, áreas desmatadas aumentaram
Em cinza, regiões devastadas anteriormente, ao lado de novos pontos – clique para ver no mapa
Leia também
Multiplicação de vias entre Brasil e Peru é cara e desnecessária
Revisitando a Interoceânica Sul, na Amazônia peruana
Especial sobre estradas e desmatamento no Infoamazônia
Leia também
Quase a metade dos ambientes aquáticos do mundo está gravemente contaminada por lixo
Estudo de pesquisadores da Unifesp sintetizou dados de 6.049 registros de contaminação em todos os continentes ao longo da última década →
Como as canoas havaianas podem ser aliadas à pesquisa sobre microplásticos?
Pesquisadores da UFC desenvolveram uma nova metodologia capaz de captar dados relacionados a microplásticos com baixo custo e sem emissão de CO₂ →
Macaco-aranha-da-cara-branca é destaque de pesquisa e turismo no Cristalino
Retomada do monitoramento do macaco na RPPN Cristalino revela novas informações e ajuda a promover turismo e Rota dos Primatas de Mato Grosso →





