
Em 2015, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável tomarão o lugar dos Objetivos do Milênio e servirão de metas para a construção de uma agenda de trabalhos. Para definir a posição que o Brasil defenderá na ONU, ontem (31), foi lançado o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) sobre a Agenda para o Desenvolvimento Pós-2015.
“O Brasil talvez seja o país com as maiores condições, no curto prazo, de assumir uma agenda de fato sustentável”, discursou a ministra Izabella Teixeira, que preside o Grupo de Trabalho junto com o ministro das Relações Exteriores. A liderança do país nas grandes negociações ambientais no âmbito da ONU é histórica e foi fortalecida quando o país voltou a sediar a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Os negociadores brasileiros se vangloriaram, na ocasião, por terem conseguido fechar o texto final da conferência antes da chegada dos chefes de estado. O que o texto ganhou de rapidez, perdeu em ambições. Metas vagas foram alvos de críticas e as ONGs resolveram retirar o nome do texto final, pois não apoiavam o texto “de jeito nenhum”.
Tanto Izabella Teixeira, quanto a atual ministro Luiz Alberto Figueiredo, que em 2012 era o negociador-chefe do Brasil na Rio+20, consideraram o texto bom e garantiram que ele serviria de base para traçar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em 2015, o novo desafio das nações unidas que deverá envolver todos os países membros da ONU.
Agora, o Brasil começa a discutir num grupo como será o novo documento.
“Temos, como emergentes, a obrigação de propor caminhos inovadores”, disse a ministra Izabella no lançamento do Grupo. Ela defendeu que o documento final deve conter metas para conter as mudanças climáticas, aumentar as fontes de energia renováveis e conservar a biodiversidade, combinadas à erradicação da pobreza – um dos Objetivos do Milênio que continuarão a ser perseguidos nos novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Além dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, também farão parte dos trabalhos os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Secretaria Geral da Presidência da República.
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