
A caça ilegal de onças na Amazônia boliviana está preocupando as autoridades do país vizinho. Caçadores estão abatendo estes animais para traficar suas presas, que são usadas em tratamentos de medicina tradicional asiática ou como amuletos. Na Bolívia, foram apreendidos 262 dentes entre 2014 e 2016, ou seja, ao menos 65 felinos abatidos ilegalmente nesse período. As autoridades bolivianas suspeitam que a atividade esteja avançando para outros países sul-americanos, inclusive o Brasil, embora não haja registro de apreensões até agora. Para o chefe das operações de fiscalização do Ibama, Roberto Cabral, a superstição foi a causadora da eliminação da maior parte da população de tigres do sudeste da Ásia e que agora, os traficantes de animais estão se voltando para felinos de outros países. Cabral não descarta a possibilidade disso estar acontecendo no Brasil. Os casos de apreensões de partes de onças registrados nos últimos cinco anos, no Brasil, estão relacionados à expansão agropecuária, causando a fragmentação do habitat natural desses animais. Como os fazendeiros não querem perder os seus animais para as onças, eles contratam caçadores para abatê-las. Entretanto, no mês de agosto deste ano, ocorreu a maior apreensão de todos os tempos em Curionópolis, cidade próxima da selva amazônica no Pará, relacionado não à pecuária, mas sim, ao tráfico de animais. Um caçador foi encontrado com partes de 16 onças, duas suçuaranas e uma jaguatirica. Recebeu multa de R$ 460 mil por matar, mutilar e armazenar os animais e foi preso por posse ilegal de armas e crimes ambientais. Na Bolívia, as autoridades estão processando os criminosos de caça ilegal com base em uma lei que prevê de um a seis anos de prisão para esse tipo de crime. No Brasil, a legislação prevê penas em torno de seis meses a um ano de prisão, segundo Roberto Cabral. “Por causa da fragilidade da legislação conseguimos identificar os caçadores, mas muitos continuam na ativa”, complementa o chefe de fiscalização do Ibama.
Fonte: Folha de S. Paulo
Leia também
Chegar a US$ 1,3 trilhão de financiamento climático é possível e urgente
Presidências da COP29 e COP30 lançam Roteiro Baku-Belém, documento que indica caminhos para escalonar financiamento climático a nível global →
A hora de agir pelos oceanos é agora, um chamado de Sylvia Earle
“Ainda há tempo, mas não muito”, alerta a oceanógrafa que falou com ((o))eco sobre o declínio da vida marinha, a resiliência do oceano e os motivos para ter esperança →
Às vésperas da COP30, Câmara aprova Acordo de Escazú
Tratado, assinado em 2018, foi enfim ratificado pelo congresso e traz cláusulas exclusivas para proteção de defensores ambientais →



Temos que parar de chamar isso de medicina, uma vez que apenas ajuda a legitimar uma atividade ilegal. O nome correto e' superstição ou charlatanismo mesmo…
De novo esta praga dos infer……. asiática.