Um gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) foi vista numa fazenda no município de Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná. O registro foi feito pelo biólogo Romulo Silva, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).
A área em que a ave de rapina foi vista é uma zona de restauração de Floresta de Araucária, ecossistema associado à Mata Atlântica. Esse tipo de vegetação acolhe grande parte das espécies ameaçadas de extinção no Paraná, entretanto, menos de 0,8% da área encontra-se em bom estado de conservação. “Essa espécie de gavião depende de áreas de florestas nativas bem conservadas para cumprir seu ciclo de vida, ou seja, territórios para alimentação e reprodução”, explica Romulo Silva, autor da foto que registrou a presença do animal.
O Spizaetus ornatus é uma das grandes aves de rapina do Brasil, pode medir até 65 cm de comprimento e não figura na lista vermelha de espécies de extinção, nem da internacional, feita pela IUCN, nem da nacional, feita pelo ICMBio. No entanto, em alguns estados, como Espirito Santo e Santa Catarina, a espécie é considerada como “Criticamente em Perigo”.
“O desmatamento da Floresta com Araucária persiste até hoje e contribui na redução das populações da espécie. Se nada for feito para garantir a proteção e recuperação das florestas, a espécie poderá ser extinta do ecossistema em um futuro próximo”, alerta o biólogo.
*Editado às 11h46, dia 02/08, após observações do leitor Carlos Magalhães.
Leia Também
A araucária e a erosão genética que destrói a Mata Atlântica
Leia também
Floresta fragmentada prejudica regeneração de araucárias
Fragmentar as florestas com araucária prejudica regeneração da espécie e afeta a população de animais, de acordo com estudos desenvolvidos na Unesp-Rio Claro →
A araucária e a erosão genética que destrói a Mata Atlântica
O pinheiro-brasileiro já perdeu mais de 50% da variabilidade genética em virtude da exploração florestal. Quanto menor a variação, maior a chance de extinção →
O que esperar da administração Trump na agenda climática
Saída do Acordo de Paris, incentivo maciço em fósseis, revogação de normas ambientais e corte de financiamento em ações de combate à crise climática são algumas das promessas →
Acho que essa espécie ilustra bem a inadequação das "listas vermelhas" para retratar o status de espécies de grande distribuição mas que são dependentes de áreas naturais bem conservadas para sobreviver. Como é que ela pode ser considerada "least concern" com o encolhimento exponencial da sua área de distribuição pelo desmatamento é de uma irresponsabilidade atroz. Enfim, demonstra bem que lista vernelha não é tudo na hora de se definir gestão para a conservação. Ah e parabéns ao Romulo e SPVS pelo registro!
Erros grosseiros e exageros na matéria. Que "lista vermelha" situa essa ave como "criticamente ameaçada" uma categoria antes de ser considerada extinta na natureza?
Esse gavião tem o status de LC (pouco preocupante) na lista da IUCN. Ocorre no Brasil todo, e é razoavelmente comum por todo o centro-oeste e amazônia.
Um pouco de pesquisa e estudo antes de se escrever os artigos não fazem mal a ninguém.
Você tem razão, Carlos. Erro grosseiro nosso. Acabei de corrigir. Obrigada pela mensagem.
Obrigado pela atenção.
É ave exigente, que merece proteção, e considerada criticamente ameaçada em muitos dos estados brasileiros.