Um grupo de artistas, indígenas e ambientalistas realizou um ato na manhã desta terça-feira (12) no Congresso Nacional para pedir a proteção da Amazônia e o fim dos retrocessos na agenda ambiental conduzidos pelo governo Temer e pela bancada ruralista.
Eles foram recebidos pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e entregaram a Maia petições com 1,5 milhão de assinaturas em defesa da floresta.
O grupo reuniu nomes como Christiane Torloni, Susana Vieira, Arlete Salles, Maria Paula, Victor Fasano, Alessandra Negrini, Maria Gadú, Tico Santa Cruz e Rappin Hood, além da atriz e produtora Paula Lavigne e da coordenadora da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Sônia Guajajara.
Antes da audiência com Maia, o grupo leu no Salão Verde da Câmara uma carta dirigida aos presidentes das duas Casas, com críticas a sete pontos: a extinção da Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados), a flexibilização das regras de licenciamento ambiental, a redução de áreas protegidas, a liberação de agrotóxicos, a facilitação da grilagem de terras, o ataque aos direitos indígenas e a venda de terras a estrangeiros.
“O que está envolvido aqui não é só a Amazônia: é o Brasil, suas leis, transparência, gestos contra a corrupção e a ganância”, disse Christiane Torloni a Rodrigo Maia. “Pedimos respeito, pedimos, mais do que tudo, afeto, e pedimos ação, para que isso não passe”, prosseguiu a atriz, referindo-se ao decreto presidencial que extinguiu a Renca, no último dia 24.
As petições foram organizadas pela Avaaz, pelo Greenpeace e pela campanha 342 Já, um movimento de artistas contra o governo Temer cujo QG informal é a casa de Paula Lavigne e Caetano Veloso no Rio. Ali eles têm feito reuniões com políticos como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), nas quais a agenda ambiental está frequentemente na pauta.
“Fala, Bochecha!”
Durante a reunião, no gabinete de Maia, Lavigne constrangeu o presidente da Câmara, que conhece de longa data, ao chamá-lo pelo apelido familiar: “Fala aí, Bochecha!” Sorrindo amarelo, Maia devolveu baixinho: “Olha o respeito!”
Em seguida, “Bochecha” tentou reagir à pressão falando em diálogo e dizendo que a Câmara “não tem nenhuma agenda que seja contra a floresta amazônica”.
Segundo Maia, o plenário da Câmara não tem previsão de votar o licenciamento, que pode ser aprovado nesta quarta-feira (13) na Comissão de Finanças e Tributação. “Não haverá nenhuma votação de licenciamento ambiental que não passe por um acordo entre o Meio Ambiente e os outros ministérios”, disse. “Se tiver acordo, ótimo, se não tiver a gente não pauta.”
Sobre a Renca, Maia/Bochecha disse que pediu ao presidente Michel Temer na semana passada, enquanto ocupava interinamente a Presidência, que cancelasse o decreto de extinção – que, segundo ele, estava causando mais problemas do que resolvendo. Temer apenas suspendeu a vigência do decreto por 120 dias, o que “não é o melhor caminho” para o deputado. “O nosso papel como Poder Legislativo é convencer o governo de que o próximo passo é cancelar o decreto. Muitos deputados da base do governo também estão desconfortáveis.”
Maia teve de aguentar dois sabões: um de Susana Vieira, que disse que, no caso da Renca, só um lado foi ouvido pelo governo, “e que é minoria: o lado do interesse, da terra, do governo, dos políticos, dos ruralistas”. O presidente respondeu, constrangido, que “as pessoas têm direito de ter pontos de vista diferentes”, e foi rebatido pela cantora Maria Gadú: “Não dá pra divergir sobre a Amazônia, desculpa”!
Em seguida, no Senado, o grupo ouviu de Eunício Oliveira que pautará o requerimento de urgência para um projeto de decreto legislativo que cancela a extinção da Renca. Mas o que marcou a reunião foi um bate-boca entre Victor Fasano e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – uma de vários parlamentares da oposição que tentaram usar o ato de terça-feira para atrair holofotes. Grazziotin começou a falar de reforma trabalhista quando foi cortada pelo ator: “Com licença, podemos falar só de Amazônia?” A senadora se irritou: “Aqui temos o costume de respeitar a palavra dos outros”. Fasano levantou a voz: “No Senado a senhora não respeita a palavra de ninguém”.
Enquanto transitavam pelos salões e corredores do Congresso, os artistas foram parados dezenas de vezes para selfies. Nem a überruralista Kátia Abreu (TO) resistiu e foi pedir para tirar foto com Susana Vieira logo após o ato em defesa do meio ambiente. Quando se identificou, a atriz lhe deu um abraço: “Você é tão pichada, né?”
Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. |
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Além de todos esses "ambientalistas" globais et caterva, ainda temos que aturar os Leonardo di Caprio e as notórias Avaaz e Greenpeace.
Fora o insepulto Chico Mendes, que a terra lhe seja leve.
Acho importante unir todo mundo num momento triste e conturbado de nossa história. O interesse é barrar o desmonte da legislação ambiental e assegurar as áreas de preservação. Pessoas são diferentes, precisamos compreender. Avante!
Pessoas são mesmo diferentes, tem uns que estudam e se informam sobre os assuntos… já artistas, no caso, como só sabem fazer jogo de cena, fazem esse oba-oba todo sem nem saber do que se trata…
Artistas chamam atenção pra o problema para as pessoas comuns, as que tem poder de pressionar os políticos. Mas se vc quer apenas os que "estudaram".
Esse intelectuais de m*r*a não devem nem saber indicar Rondônia ou Roraima num mapa!!!
Espetáculo grotesco! Imaginem a coroa aí em cima acordando de manhã e "pensando" : "Ah, hj vou lá em Brasília salvar a ecologia da Amazônia, acho que esse vestido verde que comprei no aeroporto de Rio Branco cai bem…combina!".E por aí vai! É esse o nível cognitivo da debate ambiental no Brasil. Mas também, com um órgão público chamado Chico Mendes…vai querer o que? Só oba-oba!!!
Muito bem dito, Ebenezer. E além de todos esses "ambientalistas" globais et caterva, ainda temos que aturar os Leonardo di Caprio e as notórias Avaaz e Greenpeace.
Fora o insepulto Chico Mendes, que a terra lhe seja leve.
Quem disse que artista representa alguém? Eles acham que são mais do que são na verdade. São atores e ponto final.
Jêêê-zuuuuiz!