O primeiro trimestre de cada ano costuma ser o que apresenta os níveis mais baixos de desmatamento na Amazônia, devido às chuvas fortes que marcam o inverno amazônico e dificultam a propagação de incêndios e a própria operação de desmate. Este ano, entretanto, nem a chuva impediu que o desmatamento na Amazônia Legal entre janeiro e março alcançasse a marca recorde para o período de 796,08 km², de acordo com os alertas do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os 796 km² desmatados no trimestre, o equivalente a quase 80 mil campos de futebol oficiais, representam um aumento de 51% em relação aos três primeiros meses de 2019 e um recorde para o período desde que o Deter adotou a metodologia atual, há 5 anos. “O mais preocupante é que no acumulado de agosto de 2019 até março de 2020, o nível do desmatamento mais do que dobrou. Isso é o mais preocupante”, ressalta o coordenador-geral do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), Tasso Azevedo.
Entre agosto de 2019 e março de 2020, período referência para o cálculo da taxa anual de desmatamento, o acumulado foi de 5.260,18 km² de área desmatada. No período anterior do ano anterior, entre agosto de 2018 a março de 2019, o acumulado foi de 2.525,5 km².
“Esse aumento no primeiro trimestre tem muito a ver com o ritmo que o desmatamento vinha já desde o ano passado por conta de todas as políticas que afrouxaram a fiscalização, das restrições que houve às operações de fiscalização, da redução do número de multas e tudo mais. O que estamos vendo é um reflexo disso”, analisa o coordenador.
Os estados que lideraram o desmatamento no primeiro trimestre de 2020 foram o Mato Grosso, com 267,07 km² desmatados, e o Pará, com 257,24 km². No Pará também está o município que mais desmatou no trimestre, Altamira, onde foram detectados quase 90 km² de perda de cobertura florestal. Amazonas, Roraima e Rondônia completam o pódio dos 5 estados que mais derrubaram florestas entre 1 de janeiro e 31 de março de 2020.
No ranking das áreas protegidas da Amazônia brasileira com maiores índices de desmatamento em primeiro está a Floresta Nacional do Jamanxim (5,43km²), seguida pela Área de Proteção Ambiental do Tapajós (5,11km²), ambas unidades de conservação localizadas no Pará e, em terceiro, a Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre (3,53km²).
O coordenador do MapBiomas esclarece que os dados levantados pelo DETER mostram o quanto de desmatamento foi detectado nesses meses e não o que efetivamente foi desmatado no período. “Um desmatamento pode ter começado em outubro e terminado em fevereiro, mas o DETER só conseguir detectá-lo em março”.
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Gente, esse GOVERNO deveria ter vergonha de uma coisa dessas desflorestamento do pulmão do mundo.
VERGONHA!!!
É DECEPCIONANTE UMA COISA DESSAS
Com este governo a situação só tende a piorar nos últimos três restantes anos. Infelizmente as populações desta região ficam à mercê das ações de MERCENÁRIOS!
O DESMATE VAI PRA MAIS 7ANINHOS OK
AMAZONIA TEM QUE DESAPARECER EM 1000 %
Cadê o sr. Mourão, vice presidente. Cadê o Bolsonaro ,Presidente. Vamos se mexer srs.
Esta preguiça/inercia é igual a malandragem dos governos federais recentes.
Muita fala e conversa ao vento.
Recentemente ouvimos o Vice presidente Sr. Hamilton Mourão dizer que o peso da mão do governo seria dura em cima destes crimes ambientais.
Porém não é isso que vemos acontecer, que governo/ ministro são esses que não fazem o mínimo necessário.
Um cenário terrível que colheremos no futuro.
Bom dia.
Cadê as forças armadas, prometidas pelo Presidente Jair Bolsonaro, para frear e reverter o desmatamento.
Com um governo destes? Claramente contra as questões ambientais? Não é nenhuma novidade!