O desmatamento continua caindo na Amazônia. Em fevereiro, foram registrados 80,95 km² de destruição, o menor valor da série histórica do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), iniciada em 2016.
O valor representou uma queda de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 226,5 km² de desmate. Os números foram atualizados na última sexta-feira (7), na plataforma do INPE.
Mato Grosso foi o estado com maior área desmatada no último mês (29 km²), seguido por Roraima (18 km²), Pará (15 km²) e Amazonas (11 km²).
Roraima, que geralmente não figura entre os maiores desmatadores, aparece na lista porque a região norte do bioma enfrenta maior estiagem nos primeiros meses do ano, ao contrário do sul da floresta tropical, onde os meses mais secos se concentram entre junho e setembro.
Cerrado
O Cerrado também registrou queda no desmatamento em fevereiro, em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês passado, o bioma perdeu 494 km², o que representou uma queda de 24% no total desmatado no mesmo período em 2024 (655 km²).
Apesar da queda, os números do desmatamento no bioma permanecem altos: o valor registrado em fevereiro é o terceiro maior para o mês, só perdendo para 2024, quando o desmatamento atingiu seu pico, e 2023.
O estado que mais desmatou o bioma em fevereiro foi Piaui (118 km²), seguido por Bahia (104,7 km²), Tocantins (97 km²) e Maranhão (57 km²).
O controle do desmatamento no país tem sido uma bandeira do governo Lula. Os resultados são expressivos na Amazônia, mas ainda merecem atenção no Cerrado. O desmatamento é a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa do país.
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