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Queimadas no Pantanal passam dos 1.600 focos em julho e já são as maiores desde 1998

Clima seco e nível mais baixo do rio Paraguai em décadas contribuem para que fogo se alastre pelo bioma. Somente em julho já foram 1.601 focos, 224% mais que em 2019

Duda Menegassi ·
30 de julho de 2020 · 4 anos atrás
Queimadas em julho já são a maior da série histórica desde 1998. Foto: Chico Ribeiro/Governo Mato Grosso do Sul.

A dois dias do fim do mês de julho, o número de focos de queimadas no Pantanal já é mais que o triplo do que o mês inteiro em 2019. Foram 1.601 focos de calor registrados até o dia 29 de julho contra 494 no ano passado. Um aumento de cerca de 224%. As informações são do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). É o maior número de focos de incêndio no mês de julho no Pantanal desde 1998, quando começou o monitoramento do INPE.

Antes mesmo do final do mês, os focos já representam um aumento de 27,2% com relação ao ano de 2005, que detinha o recorde para o período, com 1.259 focos. No somatório do ano, 2020 já contabiliza 4.135 focos de queimadas antes mesmo dos meses de agosto e setembro, que costumam registrar os maiores índices de fogo, o que tem ligado o alerta de especialistas de que este ano pode superar os 10.025 focos do ano passado.

Um dos principais fatores para o aumento das queimadas no bioma está no fato de que o rio Paraguai, que cruza a região pantaneira, não encheu esse ano. Com isso, boa parte das planícies alagáveis do Pantanal não alagaram e ficaram secas, em condições propícias ao alastramento do fogo. Esse é o nível mais baixo de água registrado nas últimas décadas no rio Paraguai.

A Nasa, agência espacial americana, divulgou uma imagem de satélite onde é possível comparar como o rio Paraguai fica durante um ano normal de cheia e como ele está esse ano. A diferença é gritante.

Tradução: Um período prolongado de clima incomumente quente e seco no sul do Brasil, no Paraguai e norte da Argentina reduziu o rio Paraná para os níveis de água mais baixos em décadas.

Mato Grosso do Sul em estado de emergência

O governo do Mato Grosso do Sul, onde estão concentrados os maiores focos de fogo, decretou estado de emergência ambiental na última sexta-feira (24) e pediu reforços para combater os incêndios. O decreto é válido por 180 dias. O estado registrou 3.971 focos no ano até esta quarta-feira (29), de acordo com o monitoramento do INPE, um aumento de 86% com relação ao mesmo período em 2019. Apenas em julho já foram 1.244 focos. O estado é dividido entre os biomas Pantanal e Cerrado, e uma pequena área de Mata Atlântica.

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  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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Comentários 1

  1. Paulo diz:

    Precisamos de planejamento urgente de combate ao fogo nos nossos Biomas.
    Temos grandes rios de largura e profundidade, compatíveis ao pouso de aviões grandes para grandes cargas de água.
    Falta vontade dos políticos.