Análises

O Bandido e o mocinho II

De Marcia Porto TranslattiPrezada Silvia Pilz,Eu odeio rodeio, vivisecção, pesca, caça à raposa…mas e daí?Acho que este é o ponto da matéria. E dos seus artigos em geral. O (muito) bom é a mudança dos pontos de vista e dos questionamentos que todos esses artigos trazem. Concordo com as críticas de base da sua matéria. E é claro, os movimentos em defesa de seja lá o que for precisam urgente de esclarecimentos. Nota 10 para esse enfoque. Mas…Se o Touro Bandido escolheria – se pudesse – viver e morrer nos prados, livre, à mercê das regras da Natureza ou nas arenas de rodeio, ou em alguma criação de bois para engorda, eu não sei. Quem sabe a dieta… o que não se faz por algumas boas ofertas da vida? (O certo é que ele faz parte de uma elite, dos grupos de excessão, e não dos grupos de regras. Talvez a justificativa da análise – e mesmo a polêmica) que seu texto faz de rodeios e movimentos de defesa animal se enfraqueça um pouco indo por essa linha.)Mas… como eu ia dizendo, que escolhas a Glória Perez, ou qualquer outro roteirista contratado pela Globo teriam uma vez que a Rede Globo patrocina rodeios? O que ela realmente pensa de rodeios? Será que ela acha que é um novelão? Será que ela acha inofensivo o tema? Será se importa tudo isso? Será que ela não teve outra escolha?O que me preocupa, falando especificamente da defesa dos animais, é de como nos servimos deles, que nos dão tanto… De como nos calamos diante das 'faltas de escolhas', de como nos esquivamos a escolher só pelo velho medo de não sermos aceitos em sociedade, de parecermos 'frickies' diante do alheio, de não contarmos com a benção daquele mecenas ou daquele poderoso patrocinador. Não é muito descabido esse medo. A nossa sobrevivência, inclusive nossa felicidade depende de sermos aceitos…O sem cabimento é permitimos que outros paguem as nossas contas por nós. Outras pessoas, outras espécies, vegetal, animal, mineral… no presente ou no futuro, só porque é assim desde o passado. Que tal um não à certos aspéctos da Aldeia Global? Que tal aprender a dizer esse não? Que tal ponderar até dizer um sim. Que tal não nos deixarmos levar apenas por 'boas intenções'? Vale a pena tentar.Antes que cause embaraço: não é um discurso ideológico.Obs.: por favor, eu não quis dizer que não se deve analisar levando em conta es excessões. Jamais diria isso. Foi só para essa matéria. Talvez um outro ponto de apoio… enfim.

Redação ((o))eco ·
28 de abril de 2005 · 20 anos atrás

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