![](https://i0.wp.com/www.oeco.org.br/wp-content/uploads/2020/12/27122015-olmos-dia-pampa.jpg?resize=640%2C427&ssl=1)
Nos últimos 34 anos mais de dois milhões de hectares de campos nativos do bioma Pampa foram convertidos em lavouras, pastagens plantadas e silvicultura, segundo dados do projeto Mapbiomas. A perda anual tem sido 125 mil hectares por ano nos últimos seis anos, sem sinais de decréscimo. Isso corresponde a 175 mil campos de futebol por ano, o que deveria gerar comoção pública e ações rigorosas de fiscalização. Nesse ritmo, em 2050 restarão menos de 12,9% do bioma coberto por campos nativos, porém, em alguns municípios já restam agora menos de 6%.
Por que precisamos manter a vegetação nativa? Os campos do Pampa apresentam flora e fauna únicas, uma biodiversidade riquíssima e não menos importante do que a de outros biomas brasileiros. Com perda da vegetação nativa, perdemos benefícios da natureza para a nossa qualidade de vida no campo e na cidade. A qualidade da água e dos alimentos depende diretamente da conservação dos ecossistemas naturais. Sem a vegetação nativa, a polinização de muitas culturas agrícolas fica comprometida. A conversão dos campos aumenta as emissões de gases efeito estufa, agravando mais ainda as mudanças climáticas que já causam impactos sérios para a humanidade, inclusive, para a agricultura. E, não menos importante: o que seria a cultura gaúcha sem os campos do Pampa?
Não há o que comemorar no dia do bioma Pampa. Mas é um momento para refletir sobre o caminho a seguir para garantir um futuro com qualidade para as próximas gerações. A pesquisa científica evidencia as consequências dramáticas que as mudanças do clima e do uso da terra terão para a humanidade. A ciência também demonstra os benefícios de uma economia mais sustentável. Por exemplo, a produção de carne de qualidade sobre os campos nativos, prática tão simbólica para o bioma Pampa, é não apenas compatível com a conservação da biodiversidade, mas também pode contribuir para o sequestro de carbono no ecossistema. Este tipo de sinergia será a base para economias bem sucedidas no futuro.
Leia Também
Conservando as Aves do Pampa: uma aliança entre conservacionistas e produtores rurais
Novo código ambiental do RS é aprovado sem passar pela Comissão de Meio Ambiente
Soja e silvicultura tornam o Pampa o 2º bioma mais ameaçado do país
Leia também
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2018/06/pampa2.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
Soja e silvicultura tornam o Pampa o 2º bioma mais ameaçado do país
Substituição da pecuária por outras atividades devastam o bioma. Área degradada no Pampa ao longo de 7 anos área equivale a 23 cidades de Porto Alegre →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2020/01/04125821_1636410_GDO.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
Novo código ambiental do RS é aprovado sem passar pela Comissão de Meio Ambiente
O projeto que altera cerca de 500 pontos do código anterior foi aprovado em 75 dias e após uma única audiência pública. Autolicenciamento é o ponto mais polêmico →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2020/10/Oeco_Veste-amarela-Xanthopsar-flavus-especie-globalmente-ameacada-de-extincao.jpeg?resize=600%2C400&ssl=1)
Conservando as Aves do Pampa: uma aliança entre conservacionistas e produtores rurais
Opinião | Mais de 500 espécies de aves ocorrem no Pampa, um bioma em sua maior parte distribuído em terras privadas e fazendas. E para garantir a conservação das aves é preciso se aliar aos produtores rurais →
Ótima matéria