Notícias
23 de novembro de 2004

Devagar, devagar

O rio Colorado, que corta o Grand Canyon e é responsável pela maior parte da água que abastece os estados da região sudoeste dos Estados Unidos, há muito é um pesadelo ambiental. Sua biodiversidade começou a ser posta em cheque em 1963, quando a construção de uma represa num afluente roubou do Colorado o principal fornecedor da areia que se acumulava no seu fundo e nas margens. Sem ela, o rio começou a perder os santuários onde várias espécies de peixes se reproduziam e foi ficando mais frio. Deu-se bem a truta, que gosta de água gelada. Começou também a sentir o sumiço de várias plantas nativas da região, que ficavam raízes nos bancos de areia próximos do rio. Mas a coisa ficou feia mesmo a partir de 1996, com um desastre ecológico provocado justamente por plano para repor a areia ao longo do leito do Colorado. Cientistas descobriram que outro afluente trazia areia para o rio, mas seu fluxo e velocidade da água acabavam concentrando praticamente toda ela no fundo. Os sábios aumentaram o volume de água despejado por outra represa dentro do Colorado, para forçar a circulação dos sedimentos e redistribuí-los para as margens. Os cálculos foram mal feitos, a velocidade da água aumentou terrivelmente e o resultado da experiência serviu apenas para livrar o rio dos restinhos de areia ele ainda tinha. Agora, conta o The New York Times, os pesquisadores começaram a mobilizar outro afluente para tentar devolver a areia que tanta falta faz ao Colorado. O princípio do trabalho é o mesmo empregado em 1996. A diferenca é que a velocidade do fluxo adicional de água foi sensivelmente reduzida.

Por Manoel Francisco Brito
23 de novembro de 2004
Notícias
23 de novembro de 2004

Ar de igreja

Nota curta no Le Figaro (gratuito) diz que cientistas da Universidade de Maastricht, na Alemanha, estão fazendo um alerta a quem pretende frequentar igrejas durante o Natal. A queima de incenso e velas nas suas dependências deixa o ar dentro delas tão poluídos quanto as ruas de maior tráfego das capitais européias.

Por Manoel Francisco Brito
23 de novembro de 2004
Notícias
23 de novembro de 2004

Cheiro ruim

Também no Le Figaro (gratuito), reportagem conta que estão crescendo as pressões sobre a indústria de limpeza e de cosméticos para que coloquem em seus produtos rótulos com alertas sobre os males que os odores podem provocar ao penetrarem pelas narinas de um ser humano. Pesquisa recente indica que eles vão de simples alergias até câncer.

Por Manoel Francisco Brito
23 de novembro de 2004
Notícias
23 de novembro de 2004

Fósseis militarizados

Andrew Parker, autor de In the Blink of an Eye – livro que relata o choque evolutivo que marcou o período cambriano – conta em artigo no Guardian (gratuito) porque foi chamado pelo Pentágono para ajudar a fazer programa de computador que será usado para prever ataques terroristas. Durante o período cambriano, há 500 milhões de anos, surgiu em algumas espécies um novo e notável órgão que lhes deu poder de predação sem precedentes: o olho. Isso disparou uma corrida evolucionário onde a fauna que permanecia cega, precisou desenvolver mecanismos radicais de defesa para sobreviver. Foi época de rápidas e intensas transformações. É justamente neste processo que os militares estão interessados. O conhecimento do desenvolvimento de sistemas de proteção no cambriano pode lhes dar sugestões de como lidar com a ameaça terrorista no mundo atual. Conceitualmente, os parâmetros do programa se centram no período cambriano. Mas ele não vai analisar dados fósseis. Será alimentado com informações atuais, de banais como horários de vôos, até assustadoras como a última informação que se obtenha sobre um célula ativa da Al Qaeda.

Por Manoel Francisco Brito
23 de novembro de 2004
Reportagens
29 de outubro de 2004

O arroz do peito

Projeto de plantio orgânico de arroz no sul entra em seu segundo ano dobrando a área de cultivo. Ainda bem. O produto é bom para o meio ambiente e delicioso.

Por Manoel Francisco Brito
29 de outubro de 2004
Notícias
29 de outubro de 2004

Madeira fora da lei

Com o arquiteto Oscar Niemeyer à frente, a turma que faz a reforma do Alvorada de Lula, conta reportagem da Folha de S. Paulo (só para assinantes), quer restaurar parte do piso do andar térreo do palácio utilizando madeira cuja extração e venda está proibida por portaria do Ibama desde 1992. Trata-se do Jacarandá-da-Bahia, árvore nativa, que anda ameaçada de extinção e foi usado na construção original da obra nos anos 50. Nada disso, no entanto, parece ser um problema para o pessoal que está remendando o Alvorada. Insistem em ter a madeira de qualquer maneira, a ponto de a questão ter se transformado no principal entrave para começar as obras. Diante da portaria do Ibama, aventaram a hipótese de utilizar algum carregamento da madeira que pudesse ter sido apreendido pelo órgão nos últimos anos. O problema é que há muito o ele não apreende madeira desse tipo – o que aliás é um ótimo sinal. Prova que a portaria proibindo a extração colou, apesar de incomodar gente que anda próxima do poder.

Por Manoel Francisco Brito
29 de outubro de 2004
Reportagens
28 de outubro de 2004

Cidadela de mato

Governo do Amazonas prepara criação de conjunto de unidades de conservação para conter os grileiros que avançam pelo Mato Grosso sobre florestas no sul do estado.

Por Manoel Francisco Brito
28 de outubro de 2004
Notícias
28 de outubro de 2004

Morrendo por um salário

A Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, estima que existam 50 mil trabalhadores que estejam expostos ou se expuseram ao amianto no Brasil. O governo Lula até reconhece que o amianto, da forma como é produzido aqui, faz mal à saúde, diz O Globo (gratuito, pede cadastro). Mas na sua linha habitual de que emprego é melhor do que qualidade de vida, acha que não pode banir a produção sem estudar suas conseqüências sociais. Humberto Costa, ministro da Saúde, prometeu reunir-se com trabalhadores para discutir a questão.

Por Manoel Francisco Brito
28 de outubro de 2004
Notícias
28 de outubro de 2004

“Hobbits”

Em O Globo (gratuito, pede cadastro), notícia diz que foi descoberta na Indonésia, em setembro do ano passado, um hominídeo que não tinha mais de um metro de altura. Esse povo em miniatura foi extinto há cerca de 10 mil anos atrás.

Por Manoel Francisco Brito
28 de outubro de 2004