Guerra é sempre um ato de violência em massa. Vitima mais as crianças e os jovens. O custo humano de uma guerra supera largamente os benefícios materiais ou político-ideológicos, exceto para os que estão envolvidos nela. Por isso, geralmente, guerras resultam de conflitos que são considerados complexos e intratáveis. As partes em litígio põem seus valores simbólicos, ideológicos, religiosos, étnicos, acima dos valores humanos ou patrimoniais.
O bombardeio de Israel no Líbano e a retaliação do Hizbolah ilustram bem isso. É certo que nenhum dos lados alcançará qualquer objetivo concreto. Israel diz que pretende dissuadir o Líbano de dar cobertura ao Hizbolah e impedir que essa organização continue ameaçando seus cidadãos e seus territórios. Mas a violência dos ataques não fará mais que aumentar o ódio e os militantes das organizações que combatem Israel no mundo árabe. O Hizbolah quer acabar com o estado de Israel. É óbvio que não conseguirá. Aumentará o ódio e as tropas de Israel contra os palestinos e outros povos árabes e fortalecerá o estado-quartel em Israel.
Efeito colateral
Portanto, outros efeitos colaterais dessa – e de qualquer guerra – não podem ser considerados mais importantes ou da mesma importância que as perdas humanas e o aumento dos ódios e dos conflitos intratáveis. Mas isso não anula sua existência, nem sua gravidade. O desastre econômico libanês representado pela destruição de infra-estrutura recém-recuperada da devastação da guerra civil, pela fuga de capitais e investidores, repercutirá por mais de uma década no país. É certo que as perdas humanas repercutirão para sempre, nos corações e mentes dos libaneses e israelenses, e são irrecuperáveis. Infra-estrutura ainda se reconstrói, embora com muito esforço e dor.
Leia também
Supremo garante a proteção de manguezais no país todo
Decisão do STF proíbe criação de camarão em manguezais, ecossistemas de rica biodiversidade, berçários de variadas espécies e que estocam grandes quantidades de carbono →
A Floresta vista da favela
Turismo de base comunitária nas favelas do Guararapes e Cerro-Corá, no Rio de Janeiro, mostra a relação direta dos moradores com a Floresta da Tijuca →
A solitária invernagem no Ártico
A velejadora e escritora Tamara Klink compartilhou o que viveu, viu e sentiu durante sua invernagem de oito meses no Ártico a bordo do Sardinha 2 →