Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #26
02 de abril de 2023
Os estados que abrigam o Pantanal receberam investimentos chineses bilionários nos últimos 15 anos, especialmente em infraestrutura. A grande maioria, cerca de 93% dos gastos foi em energia, como hidrelétricas e linhas de transmissão. Uma fatia menor (7%) chegou à agropecuária. Nos territórios do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul , por exemplo, os aportes chineses em projetos somaram US$ 7.28 bilhões de 2007 a 2021. Em valores atuais, são quase R$ 38 bilhões. Os prejuízos ambientais e sociais de projetos com recursos chineses dependem das leis e capacidade de fiscalização de cada país alvo. Ao mesmo tempo, a própria China não atende a diretrizes internas e internacionais de sustentabilidade nos investimentos de suas estatais. A reportagem de Aldem Bourscheit explica como a reaproximação diplomática entre Brasil e China pode engrossar as aplicações financeiras e os impactos socioambientais a elas associados.
Em novembro do ano passado, o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) havia informado que dez dos 184 municípios de Pernambuco ainda faziam a destinação inadequada dos resíduos sólidos urbanos. Na ocasião, o prazo final estabelecido para que estes municípios se adequassem à legislação brasileira foi março deste ano como prazo final. Chegamos até março com o anúncio do TCE-PE de fechamento de todos os lixões no estado. Nos últimos meses, os municípios que ainda utilizavam lixões passaram a destinar seus resíduos sólidos urbanos para aterros sanitários. João Guilherme Bieber mostra que o bom resultado é fruto do trabalho de quase uma década do próprio Tribunal, em parceria com o Ministério Público de Pernambuco e o governo do estado.
“Um exemplo é o fato de que a maior parte das nossas emissões de gases efeito estufa é decorrente de mudanças no uso da terra, mais especificamente o desmatamento. Quando perguntados sobre quais deveriam ser as medidas para frear as emissões, a grande maioria dos parlamentares citou o investimento em energias renováveis. Essa é também uma pauta importante, mas, em um país que tem tido dificuldades em conter o desmatamento como o Brasil nos últimos anos, com certeza não é a prioridade”, detalha Mônica Sodré, diretora executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS). Débora Pinto traz a análise da especialista acerca do novo posicionamento do Brasil em relação à diplomacia internacional e a atual composição do Congresso, que terá papel fundamental na aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul. O acordo exigirá a readequação do setor agrícola às novas regras e terá profundos impactos ambientais e climáticos no Brasil. Apesar disso, entre nossos parlamentares segue a prevalência de um alto nível de desconhecimento e despreparo no que se refere às questões climáticas que prejudicam investimentos.
Boa leitura.
Redação ((o))eco