Notícias

Carnaval é ruim para o meio ambiente

Atrás do glamour dos desfiles esconde-se total falta de gestão. Escolas do Rio jogam no lixo entre R$1,92 e R$3,84 milhões em materiais após uso.

Redação ((o))eco ·
12 de fevereiro de 2010 · 14 anos atrás

A maior festa coletiva do Brasil, que começa oficialmente hoje na maioria das cidades, é insustentável do ponto de vista ambiental, além de deficitária na área econômica. Essa é conclusão de um estudo realizado pelo Sebrae com escolas do grupo de acesso do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento da entidade, a preocupação ambiental ainda não foi incorporada nas ações dos grupos, o que resulta no desperdício de materiais, no uso de produtos de difícil reciclagem, como o isopor, e nos de alta toxidade, como algumas tintas.

Segundo Heliana Marinho, gerente da Área Econômica Criativa do Sebrae, não existem levantamentos de quantas toneladas de produtos – entre fantasias, adereços e componentes de carros alegóricos – vão para o lixo, o que é mais um reflexo da falta de gestão, mas sabe-se que esse número não é pequeno. Uma escola do grupo de acesso, por exemplo, gasta entre 3 e 6 milhões de reais para colocar a escola na avenida. Cerca de 80% de todo esse valor é destinado à compra de insumos, o que representa um montante entre 2,4 e 4,8 milhões. No final, também cerca de 80% de todo esse material vai diretamente para o lixo comum após os desfiles.

Vila Isabel é única escola do grupo de acesso do Rio que pensa no meio ambiente, diz Sebrae. Escola durante desfile em dezembro 2009 Foto: Divulgação

Em outras palavras, todos os anos, as escolas do grupo de acesso do Rio de Janeiro jogam literalmente no lixo entre 1,92 e 3,84 milhões de reais. Péssimo para o bolso e para o meio ambiente. “Quando acabam os desfiles, começa o problema. A grande maioria dos materiais [utilizados] não permite desmonte, vão direto para o lixo, e as escolas não sabem estocar. Não precisa ser especialista para ver a quantidade de lixo que é gerada”, disse Heliana, em entrevista a O Eco. Segundo ela, a única escola que já começou a se preocupar com o assunto é a Vila Isabel.

Quando apenas o lado econômico é levado em conta, se sobressai novamente a falta de gestão: as contas não fecham. “O carnaval é muito intuitivo. Falta, primeiro, um grande trabalho de base”, diz Heliana. Para resolver o problema, o Sebrae desenvolve um trabalho com 40 escolas do grupo de acesso para tentar delinear planejamentos estratégicos. O objetivo é que, em 2011, o carnaval se torne uma festa um pouco melhor, do ponto de vista econômico e ambiental.

Leia também

Análises
28 de março de 2024

O Turismo ocupando seu lugar na gestão participativa das Unidades de Conservação

Entidades do Trade Turístico podem – e devem! – participar do debate e contribuir com a gestão das áreas naturais protegidas

Colunas
28 de março de 2024

Morte da sucuri Anajulia (Vovózona) liga alerta na comunicação científica 

O sensacionalismo nos impõe um dilema: se por um lado corrói a credibilidade e piora o debate público, por outro pode causar mobilização suficiente para fazer as autoridades agirem

Notícias
27 de março de 2024

G20 lança até o final do ano edital internacional de pesquisa sobre a Amazônia

Em maio será definido o orçamento; temas incluem mudanças climáticas, risco de desastres, justiça ambiental e conhecimentos indígenas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 5

  1. sua bunda! diz:

  2. vai tomar no cu diz:

  3. nao sei diz:

    opaa 2020 bateu na porta pedindo atualização!


  4. Azrael diz:

    Mudou alguma coisa desde 2010 ?


    1. naoquerofalrmeunome diz: