Brasília comemorou ontem 50 anos e uma cifra assustadora de 1,16 milhão de veículos registrados até março deste ano, número que faz com que a capital federal tenha uma das maiores frotas de veículos do país em relação ao número de habitantes – cerca de 2,7 milhões. Deste total, 76,7% são de automóveis, 10,7% de motocicletas e 0,7% de ônibus, conforme dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran – DF).
A renda alta e estável do brasiliense – a capital tem o maior PIB per capta do país: R$ 40,6 mil/ano, quase três vezes superior à média nacional, de acordo com dados do último levantamento do IBGE, de 2007 – e as políticas governamentais de incentivo à compra de automóveis ajudaram a alavancar este número. Mas, para o Centro Interdisciplinar de Recursos em Transporte da Universidade de Brasília, a falta de políticas públicas voltadas ao transporte coletivo é também fator decisivo.
Longas esperas nas paradas, veículos antigos, muitos deles irregulares, tarifas caras, além de descumprimento dos horários e itinerários estão entre os fatores que repelem o usuário. Segundo dados do DFTrans, órgão distrital responsável pela fiscalização das operadoras de ônibus, até meados de março foram aplicadas 710 multas por conta de descumprimento de horário e rota. Em 2009, foram 5.566 multas aplicadas pelos mesmos motivos.
Uma das apostas do governo distrital para melhorar o transporte coletivo é o Projeto Brasília Integrada, que prevê a ligação das linhas de ônibus com o metrô, com tarifa única. O projeto tem apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas ainda está no papel. (Cristiane Prizibisczki)
Leia também
Chuvas no RS – Mudanças climáticas acentuam eventos extremos no sul do país
Cheias batem recordes históricos e Rio Grande do Sul entra em estado de calamidade. Mais de 140 municípios foram atingidos e barragem se rompeu na serra →
Estudo sobre impacto das alterações no clima em aves pode ajudar espécies na crise atual
Alterações climáticas reduziram diversidade genética de pássaros na Amazônia nos últimos 400 mil anos, mas algumas espécies apresentaram resistência à mudança →
Sem manejo adequado, Cerrado se descaracteriza e área fica menos resiliente às mudanças no clima
Estudo conduzido ao longo de 14 anos mostra que a transformação da vegetação típica da savana em ‘cerradão’ – uma formação florestal pobre em biodiversidade – ocorre de forma rápida; mata fica menos resistente a secas e queimadas →