Notícias

Comida radioativa

Ativistas do Greenpeace protestaram sobre os perigos da energia nuclear durante evento sobre o programa nuclear brasileiro no Rio de Janeiro.

Marcio Isensee e Sá ·
29 de abril de 2011 · 14 anos atrás
Crédito: Juan Villas
Crédito: Juan Villas
Um protesto no mínimo curioso foi feito esta semana no Rio de Janeiro por integrantes do Greenpeace.

Na quarta-feira, dia 27, o presidente da Eletrobras Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, ofereceu um almoço-palestra a executivos no Rio de Janeiro para promover os benefícios do programa nuclear brasileiro, mas ativistas do Greenpeace resolveram acrescentar alguns pratos no evento: uma bandeja com peixes (simbolizando a contaminação das águas de Fukushima) e batatas (simbolizando os solos de Chernobyl), ícones de acidentes nucleares, foram servidos por um manifestante vestido de cozinheiro.

Na porta do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), os participantes eram recebidos com a bandeja com os alimentos e ativistas portavam cartazes advertindo sobre os possíveis efeitos do consumo de alimentos contaminados como diarréia e impotência. Houve costrangimentos entre os participantes do evento “A razão de se explorar energia nuclear e o aprendizado  adquirido com os recentes incidentes no Japão”.

Othon Luiz Pinheiro da Silva não apareceu na porta para degustar o cardápio.

Pedro Torres, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, considera o encontro para promover a energia nuclear Brasil uma “atitude arrogante, insensível e completamente descabida”.  

“Em um momento dramático para o mundo, em que o aniversário de 25 anos do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, divide a atenção com outro sério desastre, de igual proporção, em Fukushima, no Japão, o presidente da Eletronuclear promove encontro para fazer lobby com empresários em favor de uma energia perigosa para o Brasil”, diz.
A despeito do acidente no Japão e das medidas de precaução adotadas em outros países depois de Fukushima, a Eletronuclear ja declarou que os planos para a construção de quatro novas usinas nucleares no Brasil serão mantidos.

Saiba mais

Reatores no nordeste Reatores no Nordeste: o pós-Fukushima

  • Marcio Isensee e Sá

    Marcio Isensee e Sá é fotógrafo e videomaker. Seu trabalho foca principalmente na cobertura de questões ambientais no Brasil.

Leia também

Podcast
11 de novembro de 2024

Entrando no Clima#31 – Mais uma COP do Clima começa em berço de petróleo

Podcast de ((o))eco começa a cobertura da COP29 diretamente de Baku, no Azerbaijão

Colunas
11 de novembro de 2024

As COPs sob o jugo do petróleo

Estamos revivendo nas COPs a velha fábula da raposa no galinheiro, onde os países mais envolvidos com a produção de petróleo sediam conferências climáticas em que um dos grandes objetivos é justamente eliminar os combustíveis fósseis

Notícias
11 de novembro de 2024

Sentados sobre petróleo, países se reúnem no Azerbaijão para discutir crise climática

“Nós devemos investir hoje para salvar o amanhã”, diz presidente da COP29, Mukhtar Babayev, que já foi vice-presidente de petrolífera estatal no país

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.