Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, ambos afirmam que o Brasil vai buscar o sucesso das negociações em relação a uma segunda fase do Protocolo de Quioto.
Izabela entende as dificuldades e os desafios de que esse acordo seja assinado por todos os países, pois até o momento o Japão e a Rússia anunciaram que não participam da segunda fase. Austrália, Nova Zelândia e Canadá ameaçam seguir pelo mesmo caminho, desanimando países da União Europeia a lutar por Quioto.
O embaixador Figueiredo ressalta alguns pontos principais que o país deve tratar na COP17. “Além de lutar por Quioto, queremos a implementação efetiva do Acordo de Cancún e do Fundo Verde Clima”, declara.
Ele reitera que a sobrevivência do protocolo, com missão de reduzir em 5,2% os gases de efeito estufa até 2012 nos países ricos, significa mostrar a preocupação internacional com as mudanças climáticas. “No futuro, todos os países serão atingidos pelos impactos do clima. Então, embora o Brasil respeite a opinião de cada governo, acreditamos que todos devem assumir esse compromisso”, justifica.
O governo brasileiro acredita que o país está fazendo a sua parte no cenário de mudanças do clima, já que possui projetos Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), único mecanismo de Quioto que admite a participação de países em desenvolvimento. Ele permite a certificação de projetos de redução de emissões nesses países e a posterior venda das reduções certificadas de emissões – RCEs, para os países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas.
Conforme dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), até junho deste ano um total de 7.742 projetos estavam em alguma fase do ciclo de aprovação de projetos do MDL, sendo 3.214 já registrados pelo Conselho Executivo. Nessa lista, o Brasil aparece em terceiro lugar, com 499 projetos (veja o Gráfico 1).
Mais detalhes das expectivas do Governo para a COP17 e sua posição nas negociações devem ser divulgadas ao longo da semana, quando também será fechada definitvamente quem irá para o evento na comitiva brasileira. No entanto, a assessoria de imprensa do MMA garante que algumas posições serão mantidas em sigilo até que as discussões internacionais comecem de fato.
Leia também
Desmatamento zero para quem? Brasil não é claro em proposta apresentada na COP29
Representantes do governo brasileiro reforçam em Baku a promessa de Lula de acabar com desmatamento, sem dizer se a supressão legal entra na conta →
Entrando no Clima#32 – Brasil estreia na COP espalhando dúvidas no ar
No episódio 32 do podcast, a correspondente de ((o))eco na COP do Clima traz mais informações sobre a estreia da delegação brasileira em Baku →
Apenas 12,8% das áreas protegidas marinhas do Brasil são realmente efetivas
Pesquisa internacional analisa a qualidade na conservação marinha global, visando a meta mundial de proteger 30% dos oceanos até 2030 →