Com o uso de viaturas com tração 4×4 adaptadas para o solo amazônico, 7 helicópteros e o apoio operacional da Força Nacional, o Ibama investe no combate aos crimes ambientais na Amazônia Brasileira. As equipes estão divididas em 6 frentes de trabalho em Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará, com possibilidade de se ramificarem de acordo com as necessidades que surgirem.
A operação começou em 4 de fevereiro e, segundo o órgão, vai durar o ano todo. A ideia é ocupar a Amazônia os 365 dias do ano, submetendo infratores ao rigor da legislação: multas, embargo de áreas produzindo de forma ilegal ou desmatadas ilegalmente, apreender equipamentos e maquinários e até mesmo destruí-los, se necessário. Agentes e analistas do Ibama de todas as unidades federativas estão sendo convocados em escala de rodízio, que inclui plantões, para não dar descanso para os desmatadores nem em finais de semana e feriados.
Olhar eletrônico
A metodologia consiste em utilizar-se de dados diários, derivados das imagens de satélite captadas pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), operado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre os recursos, estão os mapas de alta resolução produzidos pelos satélites RapidEye, que permitem saber qual a causa da degradação da cobertura vegetal. A precisão dos satélites surpreende: é possível enxergar o solo por entre as nuvens, com boa resolução de até cinco metros. O Ibama comprou o pacote com as imagens em alta resolução no final do ano passado.
Satélites também facilitam a comunicação entre os chefes das frentes de trabalho através de teleconferência.
A tecnologia e os veículos adaptados ao terreno colocam a fiscalização à frente dos desmatadores. Antes, eles aproveitavam a temporada de chuvas (verão) para agir, sabendo que a cobertura de nuvens dificultaria o monitoramento por satélite, e que, por terra, o acesso rodoviário nesse período era difícil, com as chuvas deixando as estradas em péssimo estado.
Em apenas 40 dias, somente em Mato Grosso, já foram apreendidos 15 tratores, sendo 4 de esteira, cujo poder de destruição é bem maior, 5 caminhões e 2 colheitadeiras, além de 70 toneladas de arroz.
Embargou-se 3.790 hectares de terras e as multas aos infratores somaram mais de R$ 12 milhões. No Pará, na região de Novo Progresso, o Ibama aplicou cerca de R$ 7 milhões em multas. Há desmatamentos, porém, que ainda não receberam autuação. Foram embargados por edital, porque não se conhece os posseiros das terras. Em Rondônia, o estrago do desmatamento ilegal chegou a 3,6 mil hectares. Lá, o Ibama apreendeu quatro tratores e aplicou multas que somam R$ 5 milhões.
A ordem é fechar o cerco até mesmo a possíveis cúmplices dos crimes ambientais, categoria que inclui aqueles que participam da comercialização de produtos em situação irregular como: armazenar grãos produzidos em áreas embargadas ou ilegais e transportar madeira ilegal.
A novidade desta operação é o auto de infração eletrônico. Marcus Keynes, superintendente do Ibama no Mato Grosso, explica: “Os agentes registram a infração em um equipamento que permite, com um clique, disponibilizar todas as informações nos sistemas de controle, o que nos dá agilidade, facilitando o combate imediato aos ilícitos ambientais, colaborando inclusive com os autos do processo administrativo e criminal”.
A Operação Onda Verde foi minuciosamente planejada ao longo de 2012, o que inclui treinar os servidores do Ibama a usar o aparato tecnológico. Outro ponto importante foi a parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Justiça que permitiu o apoio da Força Nacional.
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