A atual encarnação deste blog está prestes a completar dois anos de existência. Ao longo desses quase 100 posts mostramos do fogo dos vulcões até o gelo dos polos. De tempestades de areia até os mais devastadores ciclones tropicais. Mostramos como a presença do homem modifica o planeta e como podem ser belas as áreas onde ele está (teoricamente) proibido de encostar o dedo.
Para contas essas histórias usamos desde fotos tiradas por astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional até imagens capturadas por mergulhadores que nadavam com as tartarugas nos recifes de coral na Austrália. Usamos dados captados por sensores a bordo dos vários satélites que documentam nosso planeta lá do alto: Landsat, Aqua, Terra, EO-1 e muitos outros.
Todas essas fotos, imagens e dados nos mostraram como o nosso planeta pode ser belo, e como ele é frágil, vítima de atrocidades ambientais e ameaças constantes como o desmatamento, a mineração e as mudanças climáticas.
Esta semana não teremos nenhuma imagem de satélite, nenhuma foto de astronauta, nenhuma animação feita a partir de dados. O autor de única imagem desta semana não tem nem muito tempo para olhar para o nosso planeta, mais ocupado em explorar um de nossos vizinhos. Mas no último dia 31 de janeiro ergueu uma de suas câmeras e olhou de volta para casa. Aproximadamente 160 milhões de quilômetros distantes estavamos nós, apenas um pontinho quase imperceptível no céu de Marte.
Como o pálido ponto azul de Carl Sagan, ou a imagem feita pela sonda Cassini, esta foto feita pelo rover Curiosity serve para nos lembrar o quão insignificantes nós somos quando levamos em conta o tamanho do universo. De lá não é possível ver as florestas derrubadas, queimadas e degradadas. Os rombos abertos no solo para extrair petróleo, gás e minérios. Os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos, nos polos, nos biomas, nada disso pode ser visto a partir do planeta vermelho. Mas a última coisa que devemos perder é a esperança de que nosso planeta ainda tem salvação. Afinal de contas, somos a mesma civilização que conseguiu colocar um robô na superfície de Marte. Repetindo: na superfície de Marte. Uma civilização que levantou um braço mecânico em outro planeta e fez uma selfie. Se fizemos isso, o resto devemos tirar de letra, certo?
Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS/TAMU
Leia também
Nosso planeta visto de Saturno
Pálido ponto azul, nossa casa no espaço
A mais incrível imagem do nosso planeta
No Dia da Terra, os verdes vistos do espaço
A terrível beleza das tempestades de areia
O gelo e a neve ao redor do planeta
A presença do homem vista do espaço
A fúria dos vulcões vistos do espaço
As belas e ameaçadoras espirais dos ciclones tropicais
Leia também
Garimpo já ocupa quase 14 mil hectares em Unidades de Conservação na Amazônia
Em 60 dias, atividade devastou o equivalente a 462 campos de futebol em áreas protegidas da Amazônia, mostra monitoramento do Greenpeace Brasil →
As vitórias do azarão: reviravoltas na conservação do periquito cara-suja
O cara-suja, que um dia foi considerado um caso quase perdido, hoje inspira a corrida por um futuro mais promissor também para outras espécies ameaçadas →
Organizações lançam manifesto em defesa da Moratória da Soja
Documento, assinado por 66 organizações, alerta para a importância do acordo para enfrentamento da crise climática e de biodiversidade →