Com antepassados que datam mais de 250 milhões de anos, anteriores aos dinossauros, os tubarões de seis brânquias (do gênero Hexanchus) estão entre as criaturas mais antigas da Terra. Milenares e poucos vistos, até pouco tempo se achava que não havia diferença entre a população de Hexanchus que ocorre no Atlântico e a que ocorre no Pacífico e Índico. Um estudo publicado na revista científica Marine Biodiversity há duas semanas revela que o tubarão Hexanchus que nada pelas águas dos mares de Belize, Golfo do México e Bahamas se trata de uma espécie distinta.
Conhecido como Tubarão Atlântico de seis brânquias, a descoberta do H. vitulus, foi feita em conjunto por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Flórida, do Laboratório Marinho e Costeiro da Universidade da Flórida, do Serviço Nacional de Pescas Marinhas do Centro de Ciências da Pesca da Cidade do Panamá e de pesquisadores do grupo Mar Alliance.
Hexa
A maioria dos tubarões têm cinco fendas branquiais. Os tubarões Hexanchus possuem um par de brânquias a mais. Antes da pesquisa, só se sabia da existência de duas espécies de tubarão do gênero Hexanchus, o H. griseus (conhecido também como tubarão-albafar) e o Hexanchus nakamurai, que vive nas profundezas do Atlântico, Índico e Pacífico. O pouco que se sabe sobre essas espécies é que eles não são muito vistos, vivem em águas profundas e são muito vulneráveis à pesca predatória.
Os pesquisadores, liderados por Toby Daly-Engel, professora assistente de Ciências Biológicas do Instituto de Tecnologia da Flórida, usaram 1.310 pares de dois genes mitocondriais e encontraram diferenças genéticas entre o Hexanchus nakamurai e a espécie descoberta, H. vitulus. Antes dos testes serem realizados, pensava-se que se tratava da mesma espécie.
“Nós mostramos que os tubarões de seis brânquias no Atlântico são muito diferentes dos que vivem nos oceanos Índico e Pacífico em nível molecular, ao ponto de serem duas espécies distintas, ainda que eles sejam muito semelhantes a olho nu”, explicou Daly-Engel.
A pesquisa oferece o benefício de uma melhor compreensão da diversidade de tubarões. “Particularmente, diversidade no oceano profundo, do qual não sabemos muito”, disse a bióloga Toby Daly-Engel.
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