Pelo 11º mês consecutivo, o desmatamento na Amazônia registrou queda. Em fevereiro, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, detectou 114 km² de destruição, uma redução de 64% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (18), com a queda em fevereiro, o bioma fechou o 1º bimestre do ano com números também em baixa.
Entre janeiro e fevereiro, a Amazônia perdeu 195 km² de florestas, 63% a menos do que nos mesmos meses de 2023, quando foram derrubados 523 km². A área destruída é equivalente à capital do estado de Sergipe, Aracaju.
No período, apenas o Maranhão apresentou alta na destruição. Os outros oito estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram quedas expressivas no bimestre, sendo que Amapá, Tocantins e Acre conseguiram registrar 100% de redução, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Apesar da queda, os números precisam ser analisados com cuidado, dizem os pesquisadores do Imazon. Isso porque a cifra registrada no 1º bimestre deste ano está entre os mais altos da série histórica do SAD.
Em 17 anos de medições, apenas em oito deles o desmatamento em janeiro e fevereiro superou os 150 km² de derrubadas, sendo 2024 um destes anos de alta.
“Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Segundo ela, o governo federal deveria agilizar os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, bem como acelerar os procedimentos de criação de unidades de conservação.
Desmatamento nos estados
No primeiro bimestre de 2024, o estado que mais desmatou foi o Mato Grosso, com 32% do total registrado. Segundo o Imazon, nesta unidade da federação, o desmatamento ocorre principalmente por causa da expansão agropecuária.
O segundo estado que mais desmatou foi Roraima, com 30% do total. Por lá, o problema é o avanço da derrubada em territórios indígenas. Em janeiro, por exemplo, cinco das 10 Terras Indígenas mais desmatadas ficavam em Roraima.
O terceiro no ranking de maiores desmatadores do bimestre foi o Amazonas, com 16% do total. Neste estado, os municípios da região Sul têm sido os mais críticos, junto com a expansão do desmatamento nos assentamentos.
Em fevereiro, os três primeiros lugares na lista de destruição em assentamentos estavam no Amazonas: Projeto de Assentamento (PA) Rio Juma, PA Acari e Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago do Acará.
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