Começa nesta terça-feira (07), a Oficina de Avaliação de Manejo Integrado para Conservação da Harpia na Mata Atlântica que se estende até o dia 10 de junho, em Foz do Iguaçu, no Paraná. O evento reúne especialistas na maior ave de rapina brasileira, em translocação e na conservação da natureza, tanto do Brasil quanto do exterior, para discutir estratégias para proteção da espécie, com foco nas florestas do sul do país e nos vizinhos, Argentina e Paraguai.
A harpia (Harpia harpyja) é considerada Vulnerável à extinção, de acordo com a última avaliação nacional do ICMBio. Apesar de estar distribuída amplamente pelo Brasil, um estudo divulgado em 2019 mostra que a ave já perdeu mais de 40% do seu habitat natural e tem ficado cada vez mais restrita à Amazônia, onde ainda encontra boas florestas para sobreviver.
A oficina é uma das ações do convênio firmado entre a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e a Itaipu Binacional. E tem como objetivo montar uma estratégia para que a harpia não desapareça da Mata Atlântica. No Refúgio Biológico Bela Vista, criado pela Itaipu em 1994, é desenvolvido desde 2009 um programa de reprodução da ave de rapina, onde já nasceram 56 harpias, das quais 38 sobreviveram. Atualmente o local conta com seis casais reprodutores.
Além da SPVS e Itaipu Binacional, a Oficina também conta com o apoio da IUCN SSC Grupo Especialista em Planejamento de Conservação (CPSG) | Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil (CSE Brasil), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB).
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