O estado do Amazonas ficou, pelo segundo mês consecutivo em 2023, com a liderança no desmatamento na Amazônia, segundo o Sistema de Alertas do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (SAD-Imazon). Somente em abril, foram desmatados 92 km² de floresta nesta unidade da federação, o que representou 27% do total perdido no período em todo o bioma. Em março, o estado foi responsável por 30% dos alertas registrados. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (17).
Segundo o Instituto, 84% do desmatamento computado no Amazonas ocorreu somente em cinco municípios da região sul: Canutama, Lábrea, Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã. Além disso, o estado teve a terra indígena mais desmatada da Amazônia, a Tenharim Marmelos (Gleba B), que fica nos municípios de Humaitá e Manicoré.
“Estamos reiteradamente alertando sobre o avanço do desmatamento no sul do Amazonas, na região de divisa com os estados do Acre e Rondônia, conhecida como Amacro, onde atualmente existe uma forte pressão pela expansão agropecuária. São necessárias medidas urgentes de fiscalização e destinação de terras públicas no local para evitar novas derrubadas, como infelizmente estamos vendo todos os meses”, alerta Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
O segundo estado que mais desmatou a Amazônia em abril foi o Pará, com 81 km² (24%), seguido pelo Mato Grosso, com 72 km² (21%), e Rondônia, com 52 km² (16%).
No total, a floresta amazônica perdeu 336 km² para o desmatamento, o que representou uma redução de 72% em relação a abril de 2022, quando o desmatamento somou 1.197 km².
Apesar do número positivo, pesquisadores do Imazon alertam que este foi o quarto pior abril da série histórica do SAD, iniciada em 2008, perdendo somente para 2022 (1.197 km²), 2021 (778 km²) e 2020 (529 km²).
“Essa redução observada em abril é positiva, porém a área desmatada ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês. Isso indica que precisamos implantar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas, principalmente com a chegada do verão amazônico, onde historicamente o desmatamento tende a aumentar”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, em referência ao período de maior estiagem no bioma, que vai de julho a setembro.
Além disso, quando considerado o acumulado do ano, a cifra só fica atrás de 2021 e 2022. Conforme o monitoramento por satélites do Instituto, a destruição entre janeiro e abril foi de 1.203 km², a terceira maior desde 2008, quando a medição foi implantada.
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