![Guardas-parques exibem marfim recuperado de presas de dentro do Parque Nacional Garamba, em 2012. Há duas semanas, dois guardas-parques foram assassinatos no exercício de sua profissão. Foto: Nuria Ortega/ENOUGH Project/Flickr.](https://i0.wp.com/www.oeco.org.br/wp-content/uploads/2017/04/Ranger2-1024x683.jpg?resize=640%2C427)
O número de guardas-parques que vêm perdendo as suas vidas no exercício de sua profissão cresce de forma assustadora. Dessa vez, a notícia vem do Congo, mas especificamente do Parque Nacional Garamba. O guarda Joël Meriko Ari e o sargento Gerome Bolimola Afokao, das Forças Armadas da República Democrática do Congo, foram mortos no cumprimento do dever no dia 11 de abril. A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) lamentou, em nota, as mortes dos dois trabalhadores.
Enquanto realizavam uma patrulha, os dois guardas-parques ouviram disparos e seguiram pelas trilhas até que avistaram um grupo de seis criminosos que estavam cortando uma carcaça de elefante recém-abatido. Iniciou-se um tiroteio e os dois guardas foram mortos. Ari, de 27 anos, deixa uma esposa e dois filhos e Afokao deixa uma esposa e nove filhos.
Patrimônio Mundial pela Unesco, o Parque Nacional Garamba fica localizado no nordeste da República Democrática do Congo é uma das áreas protegidas mais antigas da África. Em seu território, abriga espécies como o rinoceronte-branco do norte (Ceratotherium simum cottoni) e as raras Girafas de Kordofan (Giraffa camelopardalis antiquorum).
![Guardas foram mortos ao surpreender criminosos que abateram um elefante. Acima, foto de uma carcaça de elefante caçado em maio de 2012.](https://i0.wp.com/www.oeco.org.br/wp-content/uploads/2017/04/Ranger.jpg?resize=400%2C300)
Mas essas peculiaridades que caracterizam Garamba atraem cada vez mais criminosos em busca de marfim e em consequência disso as mortes dos trabalhadores da conservação tomam uma curva crescente. Em 2015, por exemplo, 5 guardas-parques e três membros das Forças Armadas congolesas foram assassinados por caçadores furtivos em três incidentes.
Aumento de mortes de guardas-parques
A IUCN alerta para o número crescente de guardas-parques mortes em todo o mundo. Segundo a entidade, só no ano passado foram mortos 107 guardas-parques no exercício de sua profissão, 42% dessas perdas foram causadas por caçadores ilegais. Dessas mortes, 58% ocorreram na Ásia e 31% na África.
Na nota, a IUCN enfatiza a importância dos guardas-parques no trabalho de proteção à biodiversidade. “Os guardas-parques são os guardiões dos mais preciosos patrimônios naturais do planeta, arriscando as suas vidas a cada dia em que vão trabalhar. A IUCN apoia firmemente todas as ações que possam diminuir os riscos para o seu bem-estar no exercício do trabalho”.
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